Brasil assume presidência dos Brics; encontro do grupo será no país
Reunião da cúpula deve acontecer no segundo semestre; Paes pleiteia realização no Rio de Janeiro
Raphael Felice
O Brasil assume a presidência temporária dos Brics a partir desta quarta-feira (1º). Sob o lema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global por uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assume o comando do grupo formado originalmente também por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além dos outros membros recém-admitidos – Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã.
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É um dos principais grupos internacionais de articulação político-diplomática dos países do Sul Global, com foco na cooperação em diversas áreas.
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Assim como no G20, realizado este ano no Rio de Janeiro, a presidência brasileira deve focar na reforma da governança global. Outro eixo central do Brasil no comando dos Brics será a cooperação entre os países do Sul Global. Esses dois eixos são refletidos em outras cinco prioridades:
1) Facilitação do comércio e investimentos entre os países do agrupamento, por meio do desenvolvimento de meios de pagamento;
2) Promoção da governança inclusiva e responsável da Inteligência Artificial para o desenvolvimento;
3) Aprimoramento das estruturas de financiamento para enfrentar as mudanças climáticas, em diálogo com a COP 30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025);
4) Estímulo aos projetos de cooperação entre países do Sul Global, com foco em saúde pública;
5) Fortalecimento institucional dos Brics.
Reunião da cúpula
Com o Brasil na presidência dos Brics, voltará a receber um evento com importantes chefes de Estado mundiais. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), quer aproveitar o sucesso do G20 para levar também a reunião dos Brics para terras cariocas.
No entanto ainda não há local e nem data definidos para o evento, mas as cúpulas dos Brics costumam ser realizadas no segundo semestre. Em 2024, o encontro foi realizado em outubro, em Kazan.
O presidente Lula participou apenas por chamada de vídeo da reunião da cúpula, pois na véspera da viagem para a Rússia, sofreu um acidente doméstico e precisou levar cinco pontos na cabeça.
Recentemente, por complicações dessa queda, Lula ainda precisou passar por duas operações: uma para drenar o hematoma na cabeça e outra para impedir novas hemorragias.