Autor de atentado contra Trump usou o Google para pesquisar sobre assassinato de Kennedy
Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, pesquisou a distância entre o atirador e o ex-presidente americano
O atirador que tentou assassinar o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, teria feito uma pesquisa no Google uma semana antes do tiroteio sobre "qual era a distância entre Oswald e Kennedy?".
O diretor do FBI, Christopher Wray, revelou novos detalhes nesta quarta-feira (23) sobre o suspeito que, segundo ele, tinha um grande interesse em figuras públicas, mas que não deixou pistas claras de uma motivação ideológica.
A busca online de 6 de julho, recuperada de um laptop vinculado a Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, é uma referência a Lee Harvey Oswald, o atirador que matou o presidente John F. Kennedy, em Dallas, em 22 de novembro de 1963.
"Essa é uma busca obviamente significativa em termos de seu estado mental. É no mesmo dia em que parece que ele se registrou" para o comício de Trump programado para 13 de julho em Butler, Pensilvânia, disse Wray ao Comitê Judiciário da Câmara.
O FBI está investigando o tiroteio, que matou um participante do comício e feriu gravemente outros dois, como um ato de terrorismo doméstico. Crooks foi morto por um atirador do Serviço Secreto.
Legisladores e a população pressionam por detalhes sobre o que pode ter motivado Crooks na tentativa mais séria de assassinar um presidente ou candidato presidencial desde que o presidente Ronald Reagan foi baleado em 1981.
A agência montou um cronograma detalhado dos movimentos e atividades online de Crooks, mas o motivo preciso — ou por que Trump, o candidato presidencial republicano, foi escolhido — continua sendo elusivo, disse Wray.
"Em termos do que conseguimos encontrar até agora, muitos dos repositórios usuais de informações não renderam nada notável em termos de motivação ou ideologia", disse Wray.
A avaliação do FBI continua sendo de que Crooks agiu sozinho, embora os agentes ainda estejam investigando.
Wray observou que Crooks havia se interessado por autoridades públicas — além de Trump, Crooks também tinha fotos em seu telefone do presidente democrata Joe Biden e outras figuras proeminentes — e, nos dias antes do tiroteio, parecia particularmente consumido por Trump e pelo comício em Butler.
Acredita-se que Crooks tenha visitado o local do comício uma semana antes do evento, permanecendo por cerca de 20 minutos, e depois retornado na manhã de 13 de julho. Mais de duas horas antes do tiroteio, disse Wray, Crooks voou um drone cerca de 200 metros do palco do comício por cerca de 11 minutos, usando o dispositivo para transmitir ao vivo e assistir a filmagens, obtendo o que Wray disse ser um “espelho retrovisor” da cena atrás dele.
*com informações da Associated Press