Atentado a Trump une republicanos e divide democratas, avalia analista político
Arick Wierson explicou que antigos opositores internos agora se aliam ao ex-presidente, enquanto o partido de Joe Biden “está realmente perdido”
O analista político Arick Wierson avalia que os tiros disparados no último sábado (13), no comício da Pensilvânia, acertaram em cheio as vozes dissonantes de dentro do partido de Donald Trump. O alvo do atentado se fortaleceu e o Partido Republicano se uniu, enquanto o Partido Democrata, do rival Joe Biden, se dividiu. A análise está na edição desta segunda-feira (15) do Poder Expresso, no canal do SBT News no YouTube.
Para Wierson, a reeleição de Biden, antes remota, agora é praticamente impossível. Os democratas já tinham problemas ao frear a repercussão negativa do péssimo desempenho de Biden no debate ao vivo com Trump. Com o atentado, a união necessária para contornar essa situação deu lugar um racha. Uns querem continuar atacando Trump. Outros acreditam que isso é um tiro no pé.
Divisão democrata
Divididos quanto à estratégia de campanha, os democratas assistem passivamente ao Partido Republicano usando com habilidade o atentado para projetar Trump, analisa Wierson. “Não conseguem determinar quem deve ser o melhor mensageiro ou candidato para atacar o Trump. Não conseguem decidir entre si o que devem agora falar sobre Trump. Então, hoje são tempos muito sombrios e escuros, se você é um democrata nos Estados Unidos, porque o partido está realmente perdido”, disse.
União republicana
Já o Partido Republicano - explica Wierson - trouxe para perto de Trump ninguém menos que a ex-embaixadora da Organização das Nações Unidas (ONU) Nikki Haley. Internamente, ela foi a principal voz opositora a Trump nas “primárias”, procedimento partidário no qual eleitores da legenda votam para ajudar a escolher oficialmente o presidenciável.
Haley não estava escalada para discursar na Convenção Nacional do Partido Republicano, realizado desta segunda até quinta-feira (18) em Milwaukee, no estado de Wisconsin. Wierson prevê que ela apoiará publicamente Trump, mesmo que essa não seja sua vontade. “Ela vai subir ao palco e vai dar um discurso a favor do Donald Trump. Eu acho que vai ser mais ou menos como uma espécie de elogio fúnebre, tipo o óbito dessa ala anti-Trump dentro do partido”, aposta Wierson.
Confira, abaixo, a íntegra da participação de Arick Wierson no Poder Expresso.