Assembleia-geral da ONU exige cessar-fogo imediato e permanente na Faixa de Gaza
Texto também demanda a liberação dos reféns capturados pelo Hamas e pede cumprimento do direito internacional
Camila Stucaluc
A Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou, na noite de quarta-feira (11), a resolução que exige um cessar-fogo imediato, incondicional e permanente entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza. O texto também demanda a liberação imediata de todos os reféns capturados pelo grupo militante.
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Dos 193 integrantes da Assembleia, 158 votaram a favor do texto proposto pela Indonésia, nove votaram contra (incluindo os Estados Unidos e Israel) e 13 países se abstiveram. Apesar de aprovada pela maioria do órgão internacional, a resolução não tem um cumprimento obrigatório, apenas um peso político no cenário de guerra.
Além do cessar-fogo e da liberação dos reféns israelenses, o texto defende o acesso da população de Gaza a serviços básicos e auxílio humanitário. Para isso, é exigido que Israel facilite a entrada de transportes e distribuição de itens humanitários aos civis, incluindo em áreas situadas no norte do enclave, onde foram emitidas ordens de evacuação.
O apelo a todas as partes é para que cumpram o direito internacional, em especial o direito internacional humanitário para garantir a proteção de civis, especialmente mulheres e crianças, e pessoas fora dos combates e bens da população.
Apoio à UNRWA
Na reunião, a Assembleia Geral ainda demonstrou apoio à Agência da ONU de Ajuda Humanitária na Palestina (UNRWA). Adotando uma segunda resolução, com 159 votos a favor, o grupo rebateu as leis aprovadas por Israel que interrompe os laços diplomáticos com a agência e proíbe a atuação do órgão no território israelense a partir de janeiro.
O grupo defendeu que é preciso que a UNRWA continue atuando em áreas palestinas – mas ocupadas por Israel – para o bem-estar e proteção dos civis. Os países reforçaram que o papel da agência é indispensável para melhor a situação dos mais de 6 milhões de refugiados palestinos e para sua estabilidade.
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Israel, por sua vez, criticou a medida, dizendo que alguns funcionários da UNRWA participaram dos ataques do Hamas em outubro de 2023. Apesar de ter demitido nove funcionários após uma investigação, a agência nega que ajude grupos armados.