Aprovação de Trump se mantém em 40% e atinge menor nível do mandato, diz pesquisa Reuters/Ipsos
Desgaste entre eleitores hispânicos e críticas à proximidade com a Rússia pressionam presidente, em meio a negociações de paz na guerra da Ucrânia

Reuters
A aprovação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manteve-se em 40% nas últimas semanas, igualando o nível mais baixo de seu atual mandato, segundo pesquisa Reuters/Ipsos divulgada nesta segunda-feira (18). O levantamento realizado com 4.446 norte-americanos, tem margem de erro de cerca de 2 pontos percentuais.
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A pesquisa foi conduzida ao longo de seis dias, em meio a sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho e à intensificação da repressão à imigração ilegal ordenada por Trump. No mesmo período, o republicano também buscava protagonismo internacional ao intermediar negociações para encerrar a guerra entre Rússia e Ucrânia.
O índice é estável em relação à pesquisa do fim de julho, mas sete pontos abaixo do início de janeiro, quando Trump reassumiu a Casa Branca com 47% de aprovação. O desgaste é mais evidente entre os hispânicos, grupo que havia se aproximado de Trump na eleição passada: apenas 32% aprovam sua gestão, o menor patamar do ano.
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A percepção sobre a postura internacional também pesa. Mais da metade dos entrevistados (54%), incluindo um em cada cinco republicanos, considerou que Trump está “alinhado demais” com Moscou. O presidente tem dado sinais de aceitar a narrativa russa de que Kiev deve ceder território para encerrar a guerra.
Na sexta-feira (15), Trump se reuniu com Vladimir Putin no Alasca, e a pesquisa foi encerrada pouco antes de sua conversa, nesta segunda-feira (18), com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
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Em temas domésticos, o republicano também enfrenta resistências. Apenas 42% aprovam sua condução da política de combate ao crime, enquanto 43% avaliam positivamente sua gestão da imigração — apesar de o apoio majoritário vir de dentro do Partido Republicano.
Desde janeiro, Trump ordenou operações nacionais contra imigrantes sem documentação, com agentes mascarados detendo e deportando migrantes em várias cidades. A medida provocou protestos em massa em locais como Los Angeles, onde metade da população é latina.
Mais recentemente, o presidente determinou o envio de agentes federais e tropas da Guarda Nacional para reforçar a segurança em Washington, sob o argumento de que o crime estaria fora de controle. Dados oficiais, porém, mostram que, embora a violência tenha aumentado em 2023, vem caindo rapidamente desde então.