OMS acusa Israel de deter equipe médica que realiza missões urgentes em Gaza
Organização voltou a defender que saúde está protegida pelo Direito Internacional e que não deve ser alvo na guerra
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Camila Stucaluc
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou, nesta 3ª feira (12.dez), um comunicado acusando o exército de Israel de deter equipes médicas que realizam missões urgentes na Faixa de Gaza. As ações, além de irem contra o Direito Internacional Humanitário, atrasam a transferência de pacientes em estado crítico, assim como a entrega de insumos médicos em unidades de saúde.
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No texto, a OMS conta que, no dia 9 de dezembro, uma missão humanitária foi inspecionada por soldados israelenses no posto de controle de Wadi Gaza. As equipes tiveram que deixar o veículo para identificação e dois funcionários do Crescente Vermelho Palestino (PRCS) foram detidos por mais de uma hora. Um deles foi despido, revistado e espancado pelos militares.
Quando a missão entrou na Cidade de Gaza, o veículo, que transportava suprimentos médicos, foi atingido por balas. Já no caminho de volta para o sul de Gaza, com os pacientes do Hospital Al-Ahli a bordo, o comboio foi novamente parado no posto de controle de Wadi Gaza, onde a maioria dos pacientes tiveram que deixar as ambulâncias para verificações de segurança.
Um dos mesmos dois funcionários da RPCS detidos temporariamente no início do caminho foi levado para interrogatório pela segunda vez. Ele foi liberado horas depois, após esforços da OMS. O funcionário disse que foi ameaçado e espancado pelos militares e que, depois de libertado, foi deixado com as mãos amarradas atrás das costas e sem roupas.
"Obstruir ambulâncias e ataques a profissionais humanitários e de saúde são inconcebíveis. Os cuidados de saúde, incluindo as ambulâncias, estão protegidos pelo direito internacional. A OMS e parceiros continuam firmemente empenhados em permanecer em Gaza e ajudar a população. Mas, à medida que as hostilidades aumentam em Gaza, a ajuda fica aquém das necessidades. O sistema de apoio humanitário está à beira de ruir", disse a OMS.
Para assegurar o funcionamento do sistema de saúde em Gaza, a entidade defendeu, novamente, um cessar-fogo imediato na guerra entre Israel e o grupo Hamas. Isso garantiria a prestação de serviço humanitário sem obstáculos na região, permitindo a entrega de insumos médicos e combustível - essencial para abastecer os geradores de energia.
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"Diante de um grande número de pacientes traumatizados dentro do hospital, e fora da rua, os médicos são forçados a priorizar quem recebe atendimento e quem não recebe. Estão tratando muitos casos graves nos corredores do hospital, no chão, na capela do hospital e até na rua. Os médicos dizem que a situação está fora de controle", afirmou a OMS.