Unicef: Número de crianças deslocadas na Faixa de Gaza ultrapassa 700 mil
Agência da ONU alerta que a vida das crianças no enclave palestino "está por um fio"
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) alertou para o alto número de crianças deslocadas na Faixa de Gaza após 40 dias de conflito entre Israel e o grupo Hamas. Segundo o escritório, já são mais de 700 mil.
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A situação é ainda mais grave devido à escassez de água potável, comida, insumos médicos e combustível imposta pelo cerco total de Israel ao enclave, impedindo a entrada de ajuda humanitária necessária para auxiliar os mais de 2,2 milhões de palestinos sitiados.
No norte de Gaza, a crise é ainda pior, segundo o Unicef.
"As crianças em Gaza estão por um fio, especialmente no norte", afirmou Adele Khodr, Diretora Regional da UNICEF para o Oriente Médio e Norte de África.
"Milhares e milhares de crianças permanecem no norte de Gaza à medida que as hostilidades se intensificam. Estas crianças não têm para onde ir e correm extremo risco. Apelamos à cessação imediata dos ataques às instalações de saúde e à entrega urgente de combustível e material médico aos hospitais em toda Gaza, incluindo as partes norte da Faixa."
Ontem (13.nov), todos os hospitais da Cidade de Gaza, localizada no norte da Faixa de Gaza, suspenderam os serviços. A informação foi dada pelo vice-ministro da saúde do enclave palestiniano, Youssef Abou Rich, que culpou o aumento dos bombardeios israelenses na região e a falta de insumos.
+ Após aumento de ataques israelenses, hospitais deixam de funcionar no norte de Gaza
Desde a última 6ª feira (10.nov), Israel vem intensificou os ataques à região, alegando que as unidades de saúde estão sendo usadas pelo grupo extremista Hamas para atacar Israel. A informação é negada tanto pelo grupo quanto por organizações humanitárias que atuam no local, como o Crescente Vermelho Palestino, braço da Cruz Vermelha.
Com isso, os hospitais, que já registravam falta de insumos básicos e de eletricidade, sofreram danos estruturais, impactando a realização dos atendimentos. Seis bebês prematuros e nove pacientes em cuidados intensivos morreram devido à falta de eletricidade no hospital Al-Shifa, o maior de Gaza, que também não está mais funcionando.