Chefe humanitário da ONU viaja ao Oriente Médio para negociar ajuda à Gaza
Martin Griffiths disse que cenário parece otimista para a abertura de um corredor humanitário na região
Camila Stucaluc
O chefe de Ajuda Humanitária da Organização das Nações Unidas (ONU), Martin Griffiths, embarca, nesta 3ª feira (17.out), ao Oriente Médio para apoiar as negociações da abertura de um corredor humanitário na Faixa de Gaza. O diplomata afirmou já estar em contato com os governos de Israel e do Egito, bem como com moradores de Gaza, e que o cenário parece otimista.
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"Estamos em discussões profundas com os israelitas, com os egípcios e com outros, sobretudo com ajuda do [secretário de Estados dos Estados Unidos, Antony] Blinken. Espero ouvir boas notícias esta manhã sobre a obtenção de ajuda através de Rafah, um dos pontos de passagem para Gaza, para ajudar os milhões de pessoas que se mudaram para o sul, bem como aqueles que já vivem lá", disse Griffiths.
O chefe humanitário da ONU também comentou sobre os reféns feitos pelo Hamas, classificando o ato como inaceitável e ilegal e pedindo a libertação imediata dos detidos. Ele ainda criticou a ordem de evacuação dada por Israel aos moradores do norte de Gaza, alegando que não se pode pedir que as pessoas saiam de algum local sem ajudá-las no deslocamento e na ajuda humanitária.
"Estamos vivendo o pior dos tempos. A história nos diz que um ato de guerra tem consequências que muitas vezes não são consideradas. Já vimos este filme com demasiada frequência. Temos de nos preocupar em criar uma situação -- por mais absurda que possa parecer neste momento -- em que israelitas e palestinos possam viver como vizinhos, como amigos, em que não precisem de ensinar lições uns aos outros através da guerra", afirmou Griffiths.
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O cenário na Faixa de Gaza está se intensificando a cada hora, sobretudo pelo isolamento imposto por Israel, que está deixando a região quase sem suprimentos básicos, como água, comida e energia. O desabastecimento, somado ao alto número de mortos, também está impactando no trabalho de equipes humanitárias, que se encontram quase sem remédios em meio a mais de 10 mil feridos.
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