Eleições na Argentina: candidatos à Presidência participam de debate
Último confronto antes da votação de 22 de outubro teve guerra entre Israel e Hamas como um dos temas
Amanda Garcia
Candidatos à Presidência realizaram, neste domingo (8.out), o segundo e último debate televisionado antes das eleições gerais na Argentina, no próximo dia 22 de outubro. O ataque do Hamas a Israel e a resposta ordenada pelo governo de Benjamin Netanyahu, marcaram o início do confronto entre os políticos, que também discutiram sobre mudança climática, liberação de armas, venda de órgãos e o risco de hiperinflação no país.
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A candidata de centro-direita, Patricia Bullrich, representante da coalizão "Juntos por el Cambio", recuperou o terreno perdido no primeiro debate e foi a protagonista, impedindo que Javier Milei e Sergio Massa polarizassem a discussão.
O candidato da extrema-direita, Javier Milei, do partido "La Libertad Avanza", não conseguiu negar que seja a favor da liberação de armas, nem da acusação de que seja a favor da venda de órgãos, e ainda reforçou o seu negacionismo sobre a mudança climática.
"Todas essas políticas que culpam o ser humano pela mudança climática são falsas", disse Milei.
Patricia Bullrich advertiu que as armas, que Javier Milei propõe liberar, vão terminar nas mãos do tráfico. Já o candidato peronista do partido "Unión por la Patria", Sergio Massa, que é o atual ministro da Economia e associado à vice-presidente Cristina Kirchner, não conseguiu reagir às críticas sobre a má gestão, e prometeu criar um FBI argentino.
"Vamos criar uma agência federal com os melhores agentes de cada uma das quatro forças federais. Sim, um FBI argentino", prometeu Massa.
O debate inaugura a reta final de uma campanha acirrada na disputa pelo segundo lugar. De acordo com as pesquisas, o ultraliberal Javier Milei, com 33% das intenções de voto, parece ter vaga garantida num segundo turno, em 19 de novembro. Resta saber contra quem. Sergio Massa gira em torno de 26%, três pontos à frente de Patricia Bullrich.
Marcela Pagano lidera a lista de candidatos a deputado nacional pelo partido de Milei, na província de Buenos Aires, o maior colégio eleitoral do país. Segundo ela, o debate não era importante para somar votos, mas para difundir propostas. O desafio agora é fiscalizar os votos.
"Para nós, o único obstáculo que nos separa de ganhar no primeiro turno é uma boa fiscalização", explicou Marcela.
Para vencer no primeiro turno, o candidato mais votado deve obter ao menos 45% dos votos, ou 40% e uma diferença de 10 pontos percentuais em relação ao rival mais próximo. Caso contrário, os dois candidatos com maior apoio se enfrentarão num segundo turno, em 19 de novembro.