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"Empoderamento das mulheres é pré-condição para o desenvolvimento", diz Lula no Brics

Presidente discursou no segundo dia da cúpula nesta 4ª (23.ago) e voltou a defender moeda única para transações no bloco

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Lula no Brics (Reprodução/YouTube)
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez novo discurso no segundo dia da 15ª Cúpula do Brics, grupo que reúne África do Sul, Brasil, China, Índia e Rússia. No pronunciamento, o petista falou sobre guerra na Ucrânia, defendeu o empoderamento das mulheres como condição para o desenvolvimento e voltou a defender adoção de moeda única para transações no bloco. 

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Lula reforçou o peso do Brics na economia mundial e lembrou que os países do bloco, juntos, representam 41% da população global e respondem por 31% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. "Mas enfrentamos cenário mais complexo do que quando nos reunimos pela primeira vez", disse.

Falando sobre o conflito na Ucrânia, o presidente afirmou que "todos sofrem as consequências da guerra". "As populações mais vulneráveis, em desenvolvimento, são atingidas desproporcionalmente. A guerra da Ucrânia evidencia as limitações do Conselho de Segurança [da ONU]. Não subestimamos a dificuldade para alcançar a paz. Tampouco podemos ficar indiferentes às mortes e à destruição que aumentam a cada dia. Estamos prontos para nos juntar a um esforço que possa contribuir para um pronto cessar-fogo e uma paz justa e duradoura. Todos merecem viver em paz", completou.

Lula ainda criticou o machismo e destacou a importância das mulheres na geopolítica. "Em muitos lugares, enquanto os homens fazem a guerra, são as mulheres que lutam pela conciliação. A valorização e o fortalecimento do papel das mulheres na resolução dos conflitos serão cada vez mais centrais para o mundo em paz. Mais do que isso, o empoderamento das mulheres é pré-condição para o pleno desenvolvimento econômico e social", disse. 

O presidente também parafraseou uma frase de Thomas Sankara, ex-presidente de Burkina Faso, reforçando que não é possível almejar uma sociedade onde a metade da população é silenciada pelo machismo e pela discriminação na participação política e no mundo do trabalho. 

Entrando no tema do meio ambiente, Lula reforçou que é "muito difícil combater a mudança do clima enquanto tantos países em desenvolvimento ainda lidam com a fome, a pobreza e outros tipos de violência".

"Os grandes responsáveis pelas emissões de carbono que causaram a crise climática foram aqueles que fizeram a revolução industrial e alimentaram o extrativismo colonial predatório. Eles têm uma dívida histórica com o planeta Terra e a humanidade. Precisamos valorizar o acordo de Paris e a Convenção do Clima em vez de terceirizar as responsabilidades climáticas para o Sul global", falou o presidente, destacando que o Brasil está retomando protagonismo na agenda ambiental.

"Nossos recursos não devem ser explorados em benefício de poucos, mas valorizados e colocados a serviço de todos, sobretudo do bem-estar das populações locais", completou. Lula também criticou as altas taxas de juros em países em desenvolvimento e voltou a defender adoção de moeda única para transações no bloco.

"A criação de uma moeda aumenta nossas opções de pagamento e reduz nossas vulnerabilidades", disse. No fim do discurso, Lula comemorou o fortalecimento do Brics -- "hoje está plenamente consolidado" -- e o interesse de vários países de aderir ao bloco. "É reconhecimento de sua relevância crescente", disse. Ao todo, 23 nações se inscreveram para se tornar membros permanentes, como Arábia Saudita, Argentino e Egito.

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