Canadá investiga Ralph Lauren por suposto uso de trabalho forçado da China
Unidade da marca no país foi denunciada por se beneficiar de integrantes da minoria uigur
O Ombudsperson for Responsible Enterprise (Core), órgão de vigilância corporativa do Canadá, informou, na 3ª feira (15.ago), que abriu uma investigação contra a unidade da Ralph Lauren localizada no país. Segundo a entidade, a loja é suspeita de operar com trabalho forçado da minoria uigur, que, atualmente, habita no noroeste da China.
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"As denúncias foram apresentadas por uma coalizão de 28 organizações da sociedade civil em junho de 2022. Eles alegam que as duas empresas têm operações ou cadeias de suprimentos na região nordeste de Xinjiang, na República Popular da China, que usaram ou se beneficiaram do uso de trabalho forçado uigur", disse o Core.
A iniciativa foi comemorada pelo Projeto de Defesa dos Direitos Uigure, que afirmou haver evidências confiáveis de que a Ralph Lauren está ligada a inúmeras empresas chinesas que usam trabalho forçado uigur nas cadeias de suprimentos.
A investigação da unidade canadense da Ralph Lauren acontece em conjunto com outra apuração do Core, que analisa denúncias semelhantes contra a empresa de mineração e investimento imobiliário GobiMin. Conforme relatos, a companhia estaria "se beneficiando do trabalho forçado uigur para exploração mineral em Sawayaerdun".
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Grupos de direitos humanos dizem que mais de um milhão de uigures e outras minorias muçulmanas foram mantidos em campos de reeducação na região de Xinjiang, no oeste da China, com uma série de abusos, incluindo o trabalho forçado. Apesar do caso já ter sido denunciado pela Organização das Nações Unidas (ONU), Pequim nega as acusações, alegando que as instalações são centros para conter o extremismo.