ONU alerta para aumento de mortes por ataques terroristas no Afeganistão
Rixa entre Talibã e Estado Islâmico já provocou quase 2 mil óbitos civis desde 2021
A violência no Afeganistão continua crescendo. Dados do relatório da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (Unama), divulgado nesta 3ª feira (27.jun), apontam que, desde que o Talibã tomou o poder do país, em agosto de 2021, mais de 3,7 mil civis foram mortos em ações violentas, incluindo 1.095 por ataques terroristas.
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Segundo o documento, a maioria dos atentados ocorreu em locais de culto, escolas e mercados, sobretudo contra comunidades minoritárias. Em quase todos os casos foram utilizados Engenhos Explosivos Improvisados (IEDs), com mísseis suicidas. O principal autor dos ataques foi Estado Islâmico, "inimigo" número um do Talibã.
Entre os principais alvos dos ataques estão locais muçulmanos xiitas, que representaram mais de um terço de todas as vítimas civis registradas no período. Também houve pelo menos 95 mortos procedentes de atentados terroristas contra instalaçõe educacionais ou ruas residenciais da comunidade muçulmana hazara.
Um dos últimos grandes ataques no Afeganistão aconteceu no início do ano em Cabul, capital, quando um homem-bomba explodiu nos arredores do Ministério das Relações Exteriores. O atentado, reivindicado pelo Estado Islâmico, deixou cinco mortos e mais de 40 feridos.
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"Esses ataques contra civis e objetos civis são condenáveis e devem parar. É fundamental que as autoridades de fato mantenham sua obrigação de proteger o direito à vida, realizando investigações independentes, imparciais, rápidas, completas, eficazes, confiáveis e transparentes sobre esses ataques que afetam civis", disse Fiona Frazer, chefe do Serviço de Direitos Humanos da Unama.