"Naquele momento havia exigência de vacina", diz EUA sobre viagem de Bolsonaro
Ex-presidente é investigado por adulterar carteira de imunização contra covid para burlar regras sanitárias
Camila Stucaluc
O vice-porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Vedant Patel, comentou, na 4ª feira (3.mai), sobre a investigação envolvendo o cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O assessor afirmou que os registros são confidenciais, mas que na época em que o ex-mandatário visitou o país a imunização era obrigatória.
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"Eu não vou entrar em discussão de casos específicos. O que posso dizer é que, naquele momento da história, havia uma exigência de ser vacinado para entrar nos Estados Unidos", disse Patel. Questionado se a Casa Branca ajudaria o Brasil na investigação do caso, o vice-porta-voz informou que ainda não estava ciente de nenhum pedido.
Bolsonaro foi alvo de uma operação da Polícia Federal, que cumpriu mandados de busca e apreensão na casa do ex-presidente em Brasília e no Rio de Janeiro. Segundo os agentes, há documentos que comprovam adulteração ideológica feitas em nome de Bolsonaro, de familiares, assessores e aliados para registro de vacinação contra a covid-19.
As inserções falsas ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022 e possibilitaram a condição de imunizado para, possivelmente, burlar as restrições sanitárias vigentes no país e no exterior. Acredita-se que Bolsonaro, juntamente da esposa, filha, e do tenente-coronel Mauro Cid, preso na operação, tiveram os cartões de vacinas adulterados para viajarem aos Estados Unidos.
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O ex-presidente, por sua vez, negou a adulteração e afirmou que nem ele ou a filha se vacinaram contra a covid-19. "Nunca me foi pedido cartão para entrar [nos Estados Unidos]. Não existe adulteração da minha parte, não tomei vacina", afirmou, acrescentando que apenas a esposa, Michelle Bolsonaro, recebeu o imunizante contra a doença.