Protestos na França deixam 108 policiais feridos e resultam em 290 prisões
Atos contra reforma da previdência ficaram violentos em cidades como Paris, Lyon e Nantes
Os franceses utilizaram o 1º de maio, Dia Internacional do Trabalhador, para voltar a protestar contra a reforma da previdência. Os atos, que aconteceram por todo o país, começaram pacificamente, mas ficaram violentos durante a tarde, resultando na prisão de 291 manifestantes. Destes, 111 foram detidos na capital, Paris.
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Os protestos também deixaram ao menos 108 policiais feridos. Muitos deles foram atingidos por coquetéis molotovs, que resultaram em queimaduras graves nas mãos e no rosto. Outros agentes começaram a reagir, disparando gás lacrimogêneo contra os manifestantes e entrando em confronto com alguns grupos que se dizem extremistas.
Grande parte da violência aconteceu em Paris, onde pontos de ônibus e fachadas de lojas foram pichados com slogans anti-polícia. As manifestações também foram tensas na cidade de Lyon, que registrou incêndios e destruição de estabelecimentos. Em Marselha, um grupo invadiu um hotel de luxo, enquanto em Nantes, lixeiras foram empilhadas e incendiadas.
FRANCE - Lyon. The May Day protests begin.
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Protests in France are extremely violent, and a large number of police officers and demonstrators have been seriously injured pic.twitter.com/FDqB2StofA
? Spriter (@Spriter99880) May 1, 2023
Pelas redes sociais, o ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, repudiou os atos violentos. "Todos devem condenar a violência inaceitável contra as forças de segurança e a aplicação da lei. Muito silêncio diante de imagens tão terríveis", escreveu. O presidente Emmanuel Macron, por sua vez, não se pronunciou.
Indignação francesa
Os franceses vêm promovendo manifestações e greves gerais desde o início do ano contra a reforma da previdência, que, entre outras medidas, aumenta a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos. A medida foi oficialmente aprovada em meados abril pelo Conselho Constitucional, após ser deferida por Macron sem o aval do Parlamento.
Durante os atos de 1º de maio, os manifestantes pediam uma nova deliberação, tal como previsto no artigo 10º da Constituição, com base em consulta centrada nas questões laborais. Segundo os sindicatos, essa seria uma escolha de sabedoria, apaziguando a relação entre a população e o governo.
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Apesar da mobilização, é difícil que Macron repense sobre a reforma da previdência, já que vem tentando instalar a medida desde 2019. O líder defende que a reforma é essencial em meio aos países europeus, uma vez que a França conta com a idade mais jovem para se aposentar, além de ser necessária para garantir o futuro do sistema previdenciário, que, segundo ele, deve enfrentar um déficit nos próximos anos.