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G7 alerta sobre "custos severos" para quem ajudar a Rússia na guerra

Ministros das Relações Exteriores das grandes economias do planeta se reuniram no Japão

G7 alerta sobre "custos severos" para quem ajudar a Rússia na guerra
Bombeiros atuam em frente a prédio destruído (Reprodução/Agência Brasil)
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Os chefes da diplomacia do G7 alertaram nesta 3ª feira (18.abr) sobre os "custos severos" para aqueles que ajudam a Rússia em sua guerra contra a Ucrânia, ao mesmo tempo que expressaram união diante da China, que representa outro desafio geopolítico.

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Depois de dois dias de reunião na localidade montanhosa japonesa de Karuizawa, os ministros das Relações Exteriores das grandes economias do planeta não anunciaram novas medidas contra Moscou, mas prometeram responder aqueles que ajudam a Rússia a evitar as sanções impostas ou a adquirir armas.

Os ministros também anunciaram oposição às "atividades de militarização" de Pequim no Mar da China Meridional e reiteraram sua política a respeito de Taiwan.

A declaração provocou uma reação irritada de Pequim, que acusou os ministros de "maliciosamente caluniar e difamar a China".

Os ministros das Relações Exteriores do G7 também pediram à Coreia do Norte que não execute novos lançamentos de mísseis ou testes nucleares.

Embora a Ucrânia e os desafios regionais tenham dominado o encontro, os ministros abordaram outras questões de geopolítica internacional.

Em meio aos combates entre o exército e grupos paramilitares no Sudão, o comunicado da reunião pede "a interrupção imediata da violência (...) e o retorno do poder civil no Sudão".

A nota final do encontro também condena as crescentes restrições impostas contra as mulheres e as minorias pelo regime Talibã no Afeganistão, descritas como "abusos sistemáticos".

O porta-voz do governo Talibã, Zabihullah Mujahid, respondeu que "os países estrangeiros não devem interferir nos temas internos do Afeganistão", cujos princípios e leis são questões dos afegãos.

O comunicado também pede a "revogação imediata das decisões inaceitáveis" dos talibãs, como a proibição de trabalho para as mulheres na ONU e em organizações não governamentais no Afeganistão.

"Retórica nuclear irresponsável"

Mas as duas crises que dominaram as discussões do grupo - formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido - foram a Ucrânia e o crescente peso militar e econômico da China.

Os ministros do G7 prometeram "intensificar" as sanções contra a Rússia e aumentar os esforços para impor "custos severos" aos que oferecem apoio armamentista ou de outro tipo a Moscou.

Também criticaram "retórica nuclear irresponsável" da Rússia e consideraram "inaceitável" a instalação de armas táticas em Belarus.

"Enquanto a Ucrânia se prepara para iniciar uma contraofensiva para recuperar seu território (...) estamos com a Ucrânia", declarou o secretário de Estado americano, Antony Blinken.

O comunicado deixou claro que os ministros estavam cientes da polêmica provocada pelas declarações do presidente francês, Emmanuel Macron, após sua visita a Pequim, onde pediu para a UE não seguir os Estados Unidos na questão de Taiwan.

"Não há mudanças nas posições básicas dos membros do G7 sobre Taiwan", afirma a nota, antes de destacar que a paz e a estabilidade nesta região são "indispensáveis" para a segurança e a prosperidade global.

"Pela primeira vez na história do G7, nós conseguimos confirmar por escrito nosso compromisso como uma ordem internacional livre e aberta, baseada no império da lei", declarou o ministro japonês das Relações Exteriores, Yoshimasa Hayashi.

Blinken afirmou que nunca observou uma "convergência maior" de critérios sobre a China e Taiwan. O comunicado adverte Pequim sobre vários temas, de seu arsenal nuclear até suas práticas comerciais.

De modo específico, o texto critica a expansão "acelerada" do arsenal nuclear de Pequim e expressa preocupação de que a China esteja desenvolvendo "sistemas vetores cada vez mais complexos sem transparência, controle armamentista de boa-fé ou medidas de redução de risco".

E, embora sem mencionar diretamente a potência asiática, defende o aumento da cooperação contra a "coerção econômica", uma referência à prática de instrumentalizar as regras de importação e exportação com fins políticos.

Até mesmo a advertência contra o apoio à Rússia na Ucrânia pode ser interpretada como uma mensagem para a China, que recebeu vários alertas de países ocidentais para não fornecer armas a Moscou.

O porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin, respondeu que os ministros do G7 "ignoraram os fatos objetivos, interferiram de modo grosseiro em temas internos de China e maliciosamente caluniaram e difamaram a China".

A reunião preparou o caminho para o encontro de cúpula de líderes do G7, programado para maio em Hiroshima, onde o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, deseja estabelecer como questão prioritária o desarmamento nuclear.

O comunicado desta terça-feira dedica um grande trecho ao desarmamento e à não proliferação, mas com um conteúdo reduzido sobre novos compromissos e referências ao "difícil cenário de segurança atual", o que sugere um caminho complicado para obter avanços.

Também pede aos países que documentem de forma transparente seus arsenais, insta a Rússia respeite a moratória dos testes nucleares e pede à China que mantenha negociações de "redução de risco" com Washington.

*com reportagem de Tomohiro OSAKI, da AFP

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