Conselho Constitucional da França aprova reforma da Previdência de Macron
Controversa, proposta não é aceita por grande parte dos franceses, que prometem continuar nas ruas
O Conselho Constitucional da França aprovou nesta 6ª feira (14.abr) os principais elementos da reforma previdenciária do presidente Emmanuel Macron, abrindo caminho para que ele implemente as mudanças impopulares que provocaram meses de protestos e greves.
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Os nove membros da corte decidiram a favor das principais medidas da controversa reforma de Macron, como o aumento da idade de aposentadoria de 62 para 64 anos até 2030, e censurou alguns pontos menos controversos. A instituição também rejeitou um pedido da oposição de esquerda, que solicitava um referendo para limitar a idade da reforma a 62 anos
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A decisão representa uma vitória para o governo liberal de Macron, mas não para sua imagem pessoal, que atingiu o maior nível de rejeição. Inédita e considerada "pouco democrática", a decisão do presidente francês de invocar o artigo 49.3 para aprovar a reforma sem o aval do Parlamento, provocou uma explosão de manifestações violentas contra o governo que já duram três meses.
A polícia espera que até 10 mil pessoas se reúnam novamente em Paris na noite desta 6ª feira.
O líder da extrema-esquerda francesa, Jean-Luc Melenchon, que se aliou a Macron na coalisão para impedir a vitória da extremista de direita Marine Le Pen na última eleição, prometeu que a luta continuará, apesar da aprovação do tribunal superior.
"A luta continua e deve ganhar força", disse o líder do partido France Unbowed (LFI) no Twitter. Marine Le Pen, figura de proa do Rally Nacional de extrema-direita (RN), acrescentou que o destino da reforma "não foi selado", apesar da decisão.
* Com informações da AFP