Desenvolvimento da China abrirá 'oportunidades' para o Brasil, afirma Xi
Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da China, se encontraram nesta 6ª feira
O desenvolvimento da China "abrirá novas oportunidades" para o Brasil e o mundo, afirmou o presidente chinês, Xi Jinping, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um encontro entre os dois líderes nesta 6ª feira (14.abr), informou o ministério das Relações Exteriores da China.
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Segundo o comunicado, Xi teria afirmado que a " China buscará um desenvolvimento de alta qualidade, acelerará a criação de um novo paradigma de desenvolvimento e promoverá uma abertura de alto padrão. Isto abrirá novas oportunidades para o Brasil e para os países de todo o mundo" na reunião com Lula logo após a cerimônia na praça da Paz Celestial, na qual o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, também participou.
Lula está na China para estreitar os laços econômicos com o principal parceiro comercial do Brasil e afirma que o país "está de volta" ao cenário internacional, com a intenção de assumir um papel de mediador no conflito na Ucrânia.
Lula foi recebido pelo presidente Xi em uma cerimônia com tapete vermelho diante do Grande Salão do Povo de Pequim, onde uma banda militar tocou os hinos nacionais do Brasil e da China.
Durante a primeira etapa da viagem, na 5ªfeira (13.abr) em Xangai, Lula questionou o uso do dólar como moeda global, poucas semanas depois de seu governo estabelecer um acordo com Pequim para operações comerciais com o real e o yuan, sem a necessidade do câmbio na moeda americana.
"Toda noite me pergunto por que todos os países estão obrigados a fazer o seu comércio lastreado no dólar? (...) Hoje um país precisa correr atrás de dólar para poder exportar quando poderia exportar na sua própria moeda", afirmou.
As declarações aconteceram durante a cerimônia de posse da ex-presidente Dilma Rousseff (2011-2016) no comando do banco BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Durante o evento, Lula também reservou palavras duras para o FMI, aludindo às acusações de que a instituição impõe cortes draconianos nos gastos públicos em países em dificuldades econômicas, como a Argentina, em troca de empréstimos.
"Não cabe a um banco ficar asfixiando as economias dos países como o FMI está fazendo agora na Argentina e como fizeram com o Brasil durante muito tempo e com todos os países do terceiro mundo", afirmou.
"Nenhum governante pode trabalhar com uma faca na garganta porque está devendo".