Publicidade
Mundo

Irã instala câmeras em locais públicos para penalizar mulheres sem véu

País continua reforçando obrigatoriedade do item em meio à resistência feminina

Imagem da noticia Irã instala câmeras em locais públicos para penalizar mulheres sem véu
Durante meses, milhares de manifestantes tomaram as ruas para cobrar explicações sobre a morte de Mahsa | Reprodução/Twitter
• Atualizado em
Publicidade

A Polícia da Moralidade do Irã informou, neste sábado (8.abr), que está instalando câmeras de seguranças em locais públicos para identificar e punir mulheres que não estiverem usando o hijab - véu obrigatório no país. Segundo a entidade, aquelas que forem identificadas receberão uma mensagem sobre as consequências.

+ Leia as últimas notícias no portal SBT News

A medida acontece uma semana após o Chefe da Justiça do Irã, Gholamhossein Mohseni Ejei, afirmar que iria processar  "sem piedade" as mulheres que forem flagradas em público sem o hijab. No comunicado de hoje, divulgado pelas agências estatais, a Polícia da Moralidade alega que a medida visa prevenir a resistência contra a lei do véu.

Isso porque, em setembro do ano passado, uma jovem chamada Mahsa Amini, de 22 anos, foi presa pela corporação por usar o hijab incorretamente, deixando parte do cabelo à mostra. Ela estava visitando a família em Teerã, capital, quando foi detida. 

Após a prisão, Mahsa entrou em coma em uma delegacia e ficou internada por três dias em um hospital da região,mas não resistiu e morreu. Apesar da polícia afirmar que o óbito foi causado por um "ataque cardíaco repentino", a família de Mahsa acredita que a jovem foi torturada pela polícia, o que gerou uma comoção nacional.

Durante meses, milhares de manifestantes tomaram as ruas para cobrar explicações sobre a morte de Mahsa, resultando em confrontos com a polícia. Nos atos, muitas mulheres queimaram os hijabs e cortaram os cabelos em forma de protesto.

+ Irã investiga envenenamento de alunas por suposta "vingança"

A ação gerou um aumento da repressão por parte do governo, que deteve milhares de pessoas. Dois jovens que participaram dos atos foram acusados de "travar guerra contra Deus" e foram executados pelo governo. O cenário foi classificado como crítico pela Organização das Nações Unidas (ONU), que pediu a soltura imediata de todos os detidos.

Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade
Publicidade