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Polícia começa a retirar ativistas de vila alemã condenada por mina de carvão

Lützerath virou símbolo da luta contra os combustíveis fósseis e será palco de uma grande manifestação no sábado (14.jan)

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Ambientalistas e policiais entram em confronto em Lutzerath, na Alemanha
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A polícia começou a retirada nesta 5ª feira (12.jan) de dezenas de ativistas climáticos da aldeia de Lützerath, na Alemanha. O local servirá para expansão de uma enorme mina de carvão no país e virou símbolo da luta global contra os combustíveis fósseis. 

Isso porque, o aumento na queima de carvão, fonte de 30% da energia gerada pela Alemanha, resultará em enormes quantidades de emissões de gases de efeito estufa e vai de encontro com os compromissos firmados pelo país no Acordo de Paris de manter a elevação da temperatura global em, no máximo, 1,5 ºC. Em 2020, o país também anunciou que pararia de queimar carvão, desativando gradualmente as usinas movidas pelo combustível fóssil até 2038.

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O governo alemão e a gigante de energia RWE argumentam ser necessário garantir a segurança energética do país, que enfrenta uma crise de abastecimento após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Desde o ano passado, ao menos uma dúzia de minas de carvão foram reativadas na Alemanha. 

Em uma tentativa de compensar as novas emissões, o governo chegou a antecipar para 2030 o prazo de eliminação das minas de carvão na Renânia do Norte-Vestfália, região onde a vila está localizada, mas os ativistas rebatem e afirmam que a destruição de Lützerath não é necessária e que queimar o carvão fará com que a Alemanha ultrapasse suas metas de emissões de CO2

Eles se baseiam num estudo do Instituto Alemão de Pesquisa Econômica (DIW), publicado em 2021, que apontou que outros campos de carvão existentes poderiam ser usados, embora o custo para a RWE fosse maior. Outra alternativa, segundo o órgão, seria a Alemanha aumentar a produção de energia renovável, reduzir a demanda por meio de medidas de eficiência energética ou importar mais carvão, ou gás do exterior. 


Cerca de mil manifestantes resistem no local, em um despejo que a polícia alemã acredita que pode durar duas semanas. Os chefes de várias organizações ambientas planejam visitar o vilarejo nos próximos dias para expressar solidariedade. Um grande protesto também foi marcado para o sábado (14.jan), com a presença da ativista climática sueca Greta Thunberg.

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