COP27: países avançam em negociações sobre fundo de perdas e danos
Acordo engloba auxílio para países vulneráveis conseguirem lidar com eventos extremos
Camila Stucaluc
Os países presentes na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27) estão avançando nas negociações sobre a criação do fundo de perdas e danos climáticos. O acordo, que auxilia países em desenvolvimento, é o tema mais delicado do evento e deve ser anunciado ainda neste sábado (19.nov).
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"Este é um momento único e emocionante. Um caminho. Organizamos um novo acordo de financiamento que abordará as perdas e danos nos países em desenvolvimento particularmente vulneráveis aos efeitos das alterações climáticas", disse Alpha Oumar Kaloga, que representa a delegação da Guiné no evento.
Segundo ele, apesar dos negociadores quererem escolher os países beneficiados, o acordo englobará todas as nações em desenvolvimento. "Um resultado positivo está próximo. Não é perfeito ou ótimo, mas é aquele que atende à demanda básica das nações em desenvolvimento", afirmou a representante do G77, Sherry Rehman.
O tema de perdas e danos é o mais delicado da COP27. Ele foi introduzido nas negociações climáticas em 2012 e prevê o financiamento de recursos para países em desenvolvimento lidar com eventos extremos, como furacões e enchentes. Tais valores seriam providenciados pelos principais contribuintes do aquecimento global.
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A ideia não agrada todos os governos, como é o caso dos Estados Unidos. Para os países mais ricos, pagar por perdas e danos pode virar uma espécie de reparação ou compensação, como se estivessem assumindo a culpa pela crise climática. A União Europeia, no entanto, foi uma das primeiras delegações a concordar com o fundo.