Vaticano suspende investigação de cardeal sobre agressão sexual
A Igreja afirma que ela mesma investigou o caso e não encontrou provas apresentadas pela vítima
Luiza Bervian
O Vaticano anunciou, nesta 5ª feira (18.ago), que uma investigação preliminar da Igreja sobre as alegações de agressão sexual por uma mulher canadense contra um cardeal, Marc Ouellet, avaliou que o caso não merece mais ser investigado.
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O porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, emitiu um comunicado respondendo a relatos de que Ouellet era uma das várias pessoas nomeadas em uma ação coletiva contra a arquidiocese de Quebec, que acusou vários padres de abuso ou agressão sexual.
Ouellet, 78, chefiou a arquidiocese de Quebec de 2002 a 2010, quando se tornou o poderoso prefeito do escritório dos bispos do Vaticano. Nesse trabalho, ele supervisiona todas as investigações da Igreja Católica sobre alegações de má conduta sexual envolvendo bispos ou cardeais.
Bruni confirmou que as alegações contra Ouellet foram recebidas pelo Vaticano e investigadas por um teólogo jesuíta, o reverendo Jacques Servais. Ele determinou que não havia motivos para prosseguir com uma investigação ou julgamento canônico, disse Bruni. Questionado sobre o processo, Servais disse que chegou a essa conclusão após ler as alegações da mulher, identificada como "F", e de entrevistá-la via Zoom com um membro de um comitê diocesano presente.
"Esta pessoa não apresentou uma acusação que pudesse fornecer material para uma investigação", disse Servais no comunicado do Vaticano. O Papa Francisco também declarou que não há elementos suficientes para abrir uma investigação canônica por agressão sexual do Cardeal Ouellet contra F, segundo o comunicado de Bruni.
A Igreja Católica aprimorou procedimentos para investigar e punir padres acusados de má conduta sexual com menores, mas raramente toma medidas punitivas contra clérigos acusados de má conduta sexual com adultos. A imprensa canadense e outros meios de comunicação afirmaram que a mulher contou que Ouellet a tocou contra sua vontade em vários momentos, incluindo deslizar a mão pelas costas e tocar suas nádegas em um evento de 2010 na cidade de Quebec.
*Com as informações, Associated Press