Papa anuncia viagem ao Canadá para reconciliação com indígenas
Comunidades foram privadas de liberdade e identidade durante "colonização ideológica"
O Vaticano anunciou, nesta 6ª feira (13.mai), que o papa Francisco fará uma visita de seis dias ao Canadá no final do mês de julho. A visita tem como objetivo avançar o processo de reconciliação com a população indígena local, que registrou casos de abusos nas escolas residenciais administradas pela Igreja Católica entre 1912 e 1970.
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Esta será a 38ª viagem apostólica do pontífice, que visitará as cidades de Edmonton, Québec e Iqaluit. Na audiência de 1º de abril com delegações dos indígenas, Francisco havia reforçado o desejo de visitar o país, além de repetir os pedidos de desculpas pelas "atrocidades" cometidas na época.
"Disse a vocês e repito: sinto vergonha, dor e vergonha pelo papel que vários católicos, particularmente com responsabilidades educacionais, desempenharam em tudo o que os feriu, nos abusos e desrespeito à sua identidade, à sua cultura e até mesmo aos seus valores espirituais. Tudo isso é contrário ao Evangelho de Jesus", disse.
Ele também criticou a "colonização ideológica" e a "ação de assimilação" da qual "tantas crianças foram vítimas" por décadas. "Peço perdão a Deus e me uno aos meus irmãos bispos canadenses para pedir desculpas", acrescentou.
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Em setembro do ano passado, a Igreja Católica do Canadá apresentou um pedido formal de desculpas aos povos indígenas após a descoberta de mais de mil túmulos perto de antigos internatos, ativos entre 1912 e 1970. Os locais tinham como objetivo cristianizar os moradores e assimilá-los na sociedade. No total, estima-se que 150 mil crianças foram forçadas a frequentar as escolas.