Publicidade
Mundo

Mudanças climáticas: painel da ONU alerta para impactos irreversíveis

Grupo de pesquisadores do clima ressalta que crise ameaça até 3,6 bilhões de pessoas

Imagem da noticia Mudanças climáticas: painel da ONU alerta para impactos irreversíveis
desmatamento
• Atualizado em
Publicidade

Impactos do aquecimento global podem ser irreversíveis. É o que aponta o novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC), publicado nesta 2ª feira (28.fev), que mostra como um mundo mais quente está afetando todos os seres vivos do planeta. O documento aponta ainda que cerca de 40% da população mundial é vulnerável ao efeitos das mudanças climáticas, ou seja, quase metade da população mundial, entre 3,3 bilhões e 3,6 bilhões de pessoas, está ameaçada e pode sofrer as consequências do aquecimento global. 

Nas regiões mais vulneráveis, que incluem partes da África, Sul da Ásia e América Central e do Sul, o número de mortes por secas, enchentes e tempestades foi 15 vezes maior na última década do que nas regiões menos vulneráveis, indica a ONU. Um recente exemplo no Brasil pode ser associado ao estudo: a tragédia em Petrópolis, no Rio de Janeiro, onde a chuva deixou 229 vítimas.

+ 2021 foi um dos sete anos mais quentes da história, diz ONU

Países ricos foram afetados por fenômenos extremos como as inundações na Alemanha e os incêndios nos Estados Unidos, ou seja, inundações e ondas de calor estão atingindo os seres humanos e outras espécies com muito mais força.

O relatório mostra os impactos crescentes estimados à medida que as temperaturas globais aumentam, dos atuais 1,1°C para 1,5°C. Os recifes de coral estão sendo branqueados e morrendo com o aumento das temperaturas, enquanto muitas árvores estão sucumbindo à seca. Cientistas estimam o desaparecimento de 3 a 14% das espécies terrestres.

O aumento contínuo e acelerado do nível do mar atingirá cada vez mais os assentamentos costeiros, empurrando-os para "submersão e perda". O relatório alerta que até 2050 quase um bilhão de pessoas viverão em áreas costeiras de risco.

Doenças se espalharão de forma mais rápida nas próximas décadas, como a dengue. Os problemas de saúde mental, como estresse e traumas, podem aumentar por conta dos eventos climáticos extremos e perda de meios de subsistência e cultura. 

O texto é elaborado por 270 cientistas de 67 países e tem como principal objetivo auxiliar os 196 países em estratégias para minimizar os danos catastróficos das mudanças climáticas e confuzir política climáticas nacionais nos próximos sete anos. O documento divulgado hoje é o segundo volume do Sexto Relatório de Avaliação (AR6) do IPCC e está focado nas medidas de "adaptação" para atenuar esses riscos. O IPCC é o principal corpo mundial de pesquisadores do clima. 

O secretário-geral das Organizações das Nações Unidas, António Guterres, em meio à guerra na Ucrânia, comentou sobre o relatório e afirmou que nunca viu um documento como este. "É um atlas do sofrimento humano e uma acusação que aponta para uma liderança falha em termos climáticos", destacou em sua conta do Twitter. 

Há a esperança de que se o aumento das temperaturas ficar abaixo de 1,5°C é possível reduzir as perdas projetadas. Para isso, o relatório destaca que é preciso um "desenvolvimento resiliente ao clima".

Algumas das possibilidades que devem ser implementadas com urgência são: aplicar variedades antigas de culturas agrícolas mais resistentes, restaurar mangues ou construir diques, plantar árvores nas cidades para criar corredores frios. No entanto, não há garantias de resultados positivos.

Além da a adaptação e a redução das emissões de CO2, o desenvolvimento econômico deve ser pautado pela justiça climática com foco na melhoria dos sistemas de saúde, educação e diminuição da desigualdade social e da pobreza. 

Saiba mais: 

Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade