Rússia manda 30 mil soldados para Bielorrússia, norte da Ucrânia
Secretário-geral da Otan afirmou que esse é o maior acúmulo militar no local desde a guerra fria
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, expressou preocupação nesta 5ªfeira (03.fev) de que a Rússia continue seu acúmulo militar em torno da Ucrânia. O país enviou mais tropas e equipamentos militares para a Bielorrússia do que em qualquer momento nos últimos 30 anos. Atualmente cerca de 30 mil soldados estão no local.
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"Nos últimos dias, vimos um movimento significativo de forças militares russas para a Bielorrússia. Este é o maior destacamento russo lá desde a Guerra Fria", disse Stoltenberg a repórteres na sede da Otan em Bruxelas.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy está recebendo o presidente turco Recep Tayyip Erdogan para conversas na capital ucraniana. A Rússia agora tem mais de 100 mil soldados estacionados perto das fronteiras norte e leste da Ucrânia, aumentando a preocupação de que Moscou possa invadir novamente, como fez em 2014, e desestabilizar a economia ucraniana. Autoridades russas negam que uma invasão esteja planejada.
Stonberg disse que as tropas russas na Bielorrússia tem apoio de forças especiais, caças de última geração, mísseis balísticos de curto alcance Iskander e sistemas de defesa de mísseis terra-ar S-400. "Então, falamos sobre uma ampla gama de capacidades militares modernas. Tudo isso será combinado com o exercício anual das forças nucleares da Rússia, previsto para este mês", apontou o secretário.
A tensão só cresce entre os países
O governo dos Estados Unidos aprovou, na última 4ª feira (2.fev), o envio de mais de três mil soldados norte-americanos para países do Leste Europeu. A medida, conforme anunciado, tem como objetivo apoiar as forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em meio à tensa crise entre Rússia e Ucrânia.
Nesta semana, cerca de dois mil soldados serão enviados para Polônia e Alemanha, enquanto os outros mil deverão ser reposicionados na Romênia. Entre os militares estão equipes de brigada de combate, pessoal de logística, apoio médico, aviação e forças envolvidas com missões de inteligência e vigilância.
Apesar do apoio à Ucrânia, o governo afirma que não há sugestão de que as tropas participassem de funções de combate, caso haja uma invasão russa ao território ucraniano.
O anúncio do governo norte-americano acontece um dia após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusar os Estados Unidos de estarem levando o país para um confronto armado com a Ucrânia. Apoiando a declaração do ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, Putin disse que deseja manter a diplomacia e o diálogo, mas que os interesses do país não serão deixados de lado.
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Atualmente, a exigência da Rússia é que a OTAN dê garantias de que a Ucrânia não vai se juntar ao bloco, além de pedir para que tropas militares ocidentais deixem o Leste Europeu.
* Com as informações da Associated Press