Investigação identifica "declarações fraudulentas" na organização de Trump
Procuradoria-geral de NY exige o testemunho do ex-presidente e de dois filhos dele
A procuradora-geral de Nova York, Letitia James, afirmou, na 3ª feira (18.jan), que a organização familiar do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump usou avaliações de ativos "fraudulentas ou enganosas" para obter benefícios econômicos, incluindo empréstimos, cobertura de seguro e submissões fiscais.
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O caso, apurado desde março de 2019, entrou como processo judicial este mês. Segundo Letitia, o gabinete tomou medidas legais para convocar Trump e seus filhos, Donald Trump Jr. e Ivanka Trump, a prestar depoimento sob juramento como parte da investigação civil sobre as transações financeiras da Trump Organization.
"Até agora em nossa investigação, descobrimos evidências significativas que sugerem que Donald Trump e a Trump Organization avaliaram de forma falsa e fraudulenta vários ativos e deturparam esses valores para instituições financeiras para benefício econômico", disse a procuradora-geral, em comunicado. Ela afirmou, ainda, que Trump e seus filhos estiveram "intimamente envolvidos nas transações em questão".
Segundo o gabinete, Ivanka Trump era uma ligação importante com o credor Deutsche Bank, enquanto Donald Trump Jr. estava envolvido com várias propriedades, incluindo 40 na Wall Street. A investigação aponta, portanto, que a organização de Trump superfaturou e reportou ilegalmente valores falsos de suas propriedades para potencialmente obter vantagens bancárias e fiscais.
A apuração também tenta resolver distorções feitas pelo grupo, como o tamanho da cobertura da Trump Tower do ex-presidente, ativos mal categorizados fora do controle de Trump e o suposto envolvimento de "profissionais de fora" no alcance das avaliações de declarações. Também há evidências indicando que Trump pode ter obtido mais de US$ 5 milhões em benefícios fiscais federais de avaliações supostamente enganosas.
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O outro filho de Trump, Eric, vice-presidente-executivo da Trump Organization, foi entrevistado pelo gabinete sobre o caso em outubro de 2020. Após ser notificado, Trump processou a procuradora-geral, argumentando que o gabinete violava seus direitos constitucionais ao realizar uma investigação com motivações políticas. A moção, no entanto, foi negada pela Suprema Corte de Nova York.