11 civis morrem após serem amarrados e queimados vivos por tropas de Mianmar
Combates ganharam mais intensidade nos últimos meses e preocupam representantes da ONU
SBT News
Na última 3ª feira (07.dez), tropas do governo de Mianmar invadiram uma vila localizada no noroeste da região, amarrando e queimando civis vivos. Ao que tudo indica, a retaliação foi motivada por um ataque a comboio militar, como apontam testemunhas.
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Ao todo, 11 corpos foram vítimas da ação, como aparecem carbonizados em vídeo das consequências do ataque. Jogados em meio aos restos de uma cabana na vila de Done Tawn, em Sagaing, alguns corpos aparentam ser de adolescentes. A situação gerou indignação conforme as imagens do ocorrido se espalharam nas redes sociais.
Com ataques cada vez mais brutais na busca por reprimir os grupos antigovernamentais, a Human Rights Watch solicitou que a comunidade internacional trate de assegurar que os comandantes responsáveis pela ordem sejam incluídos em listas de sanções direcionadas e qualquer fonte de financiamento para militares seja bloqueada. "Este incidente é bastante descarado e aconteceu em uma área que deveria ser encontrada e vista para assustar as pessoas", comentou uma porta-voz do grupo, Manny Maung.
As imagens do caso não foram verificadas de forma independente e o governo negou a presença de tropas na área. As mortes em Done Taw, no entanto, foram condenadas pelo governo clandestino de Unidade Nacional de Mianmar, estabelecido como a administração alternativa do país na posição do governo militar instalado.
De acordo com o porta-voz da organização, Dr. Sasa, as vítimas do ataque tinham entre 14 e 40 anos de idade. "Brutalidade, selvageria e crueldade desses atos mostram uma nova profundidade de depravação e mostra que, apesar da pretensão de relativa distensão observada nos últimos meses, a junta nunca teve intenção de diminuir sua campanha de violência", concluiu ele. Conforme relatado por testemunhas, cerca de 50 soldados entraram na aldeia prendendo todos, destacando que os homens capturados não integravam a Força de Defesa do Povo, organização local responsável por engajar o exército em combate.
Os combates ganharam maior intensidade nos últimos meses, preocupando autoridades. O porta-voz da Organização das Nações Unidas (ONU), Stéphane Dujarric, demonstrou preocupação com a situação dos 11 mortos na aldeia e condenou a ação. Dujarric reforçou a condenação da ONU à violência praticada pelas forças de segurança de Mianmar, lembrando às autoridades que suas obrigações, conforme acordo com o direito internacional, é garantir segurança e proteção.