"Garota afegã", símbolo dos refugiados, foge do Talibã com ajuda da Itália
Conhecida pelos olhos verdes em capa de revista, a garota, agora mulher, volta a ter status de refugiada
Olhando de forma profunda para o fotografo Steve McCurry, Sharbat Gulla ficou mundialmente conhecida ao ter sua foto estampada na capa da National Geographic em 1984. Nomeada como "Afghan Girl" (Garota Afegã, em tradução livre), ela é mais uma das centenas de milhares de afegãos que saíram do país de origem desde a tomada de poder pelo Talibã, em agosto desse ano.
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Se em 1984, Gula, aos 12 anos, tornou-se símbolo do deslocamento ao ser flagrada em um campo de refugiados no Paquistão, onde ela e sua família fugiram depois da invasão soviética no Afeganistão, agora, 36 anos depois, ela é novamente uma refugiada. De volta ao Afeganistão desde 2016, pediu ajuda para deixar o país e teve a viagem organizada pelo governo italiano, que, assim como outros países europeus, retirou diversos afegãos do país, após a saída das tropas americanas da capital Cabul.
Em um comunicado anunciando a chegada de Gulla em Roma, o primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, disse que sua fotografia passou a "simbolizar as vicissitudes e o conflito do capítulo da história que o Afeganistão e seu povo estavam passando na época".
Ele disse que recebeu pedidos "da sociedade civil, e em particular de organizações sem fins lucrativos que trabalham no Afeganistão", apoiando o pedido de ajuda de Gulla para deixar o país.