Belarus retira imigrantes de acampamentos na fronteira com a Polônia
Imigrantes foram encaminhados para centros de acolhimento provisórios no país, segundo mídia estatal Belta
SBT News
Imigrantes acampados há 11 dias na fronteira entre Belarus e Polônia foram retirados e encaminhados para centros de acolhimento, segundo a agência de notícia do país, Belta. Crise migratória na fronteira das duas nações tem provocado tensão na União Europeia (UE), que já ameaçou instaurar um novo pacote de sanções ao país comandado pelo ditador Aleksander Lukashenko.
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A retirada dos imigrantes, em sua maioria curdos que chegam fugindo da Síria e Iraque, acontece dois dias depois das forças polonesas usarem canhões de água e gás lacrimogêneo contra migrantes que atiravam pedras na tentativa de ultrapassar fronteira. O governo do país acusa as autoridades bielo-russas de dar granadas de fumaça e outras armas àqueles que tentam cruzar a fronteira.
Na 4ªfeira (17.nov), centenas de iraquianos retornaram para o país de origem, após dias expostos ao frio, e sem acesso a alimentação.
De acordo com a mídia estatal, o governo de Belarus já havia levado cerca de mil pessoas para um centro de logística transformado em centro de acomodação temporária, mas outras centenas de pessoas decidiram continuar na fronteira de Bruzgi, esperando pela abertura do corredor humanitário. "Devido às noites frias e condições difíceis", nesta 5ªfeira (18.nov), esses últimos migrantes aceitaram se acomodar no abrigo, desocupando ambos os campos construídos de forma improvisada.
O governo também informou que, no local, restam somente cabanas, restos de tendas e roupas abandonadas.
Entenda o conflito:
Fugindo de conflitos e de crises econômicas, cerca de 2 mil pessoas, a maioria do Oriente Médio, ficaram presas na passagem da fronteira entre Belarus e Polônia. O objetivo deles é chegar à Alemanha ou outros países da União Europeia, mas foram barrados pelo governo polonês, que acusa Alexander Lukashenko de atrair os migrantes para a fronteira, na tentativa de usá-los como peões para desestabilizar o bloco de 27 nações em retaliação às sanções contra seu regime autoritário.
Em maio deste ano, líder protestou contra as sanções da UE impostas ao país por sua dura repressão à opositores, dizendo que iria parar de impedir a entrada de imigrantes na União Europeia pelas fronteiras da Polônia, Letônia e Lituânia. "Agora você vai pegá-los e comê-los você mesmo". O ditador, no entanto, rejeitou as acusações de que teria arquitetado a atual crise migratória.
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