Militares norte-americanos pedem clemência para terrorista da Al-Qaeda
Homem teria sido torturado e abusado sexualmente quando estava sob custódia da CIA
SBT Brasil
Um júri formado por militares pediu clemência para um terrorista e condenou as torturas a que foi submetido enquanto esteve sob custódia do Serviço de Inteligência Americano (CIA). As torturas, segundo Makid Khan, aconteceram em locais de detenção no Paquistão e no Afeganistão.
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Ele afirma que foi abusado sexualmente por integrantes da CIA e deixado por dias, nu e algemado, em uma sala escura. O depoimento aconteceu na semana passada, no presídio de segurança máxima de Guantánamo. Majid foi ouvido por sete integrantes de um tribunal militar americano.
As denúncias foram feitas pouco antes de ele receber a sentença de 26 anos de prisão por fazer parte da Al-Qaeda, grupo responsável pelos ataques de 11 de setembro. Na época, Majid vivia nos Estados Unidos e teria atuado como mensageiro da organização terrorista.
Após as denúncias, o painel de militares emitiu uma carta com pedido de clemência para Majid em documento que o The New York Times teve acesso. Na carta, os militares afirmaram que a violência praticada contra o terrorista é uma mancha na fibra moral da América. O juri militar ainda diz que as torturas vão muito além das técnicas de interrogatório aprovadas no país, sendo essas práticas usadas apenas pelos regimes mais abusivos da história moderna.
No pedido de clemência, o júri também pontua que Majid, hoje com 41 anos, não oferece mais riscos aos Estados Unidos e que, na época dos atentados, ele era jovem e um alvo fácil para grupos radicais. Como se declarou culpado e cooperou com as autoridades americanas, o paquistanês pode ser solto até 2025, 13 anos antes do fim da pena.