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China e Rússia x Japão: a nova guerra fria nas águas do Pacífico

Tensão na região aumentou depois do pacto nuclear EUA, Austrália e Reino Unido

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No Mar do Japão, o exercício conjunto russo-chinês Interação Marítima 2021
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O governo do Japão anunciou hoje (19.out) que está monitorando de perto as atividades de navios de guerra da China e da Rússia a menos de 20 quilômetros da costa japonesa. "Vamos manter vigilância máxima nas águas e no espaço aéreo do Japão", disse hoje Yoshihiko Isozaki, vice-chefe de gabinete do governo, durante entrevista coletiva em Tóquio.  

Pela primeira vez, o Japão confirmou que China e Rússia estavam usando o estreito de Tsugaru pra movimentar 10 navios de guerra. O estreito separa a ilha de Hokkaido, ao norte, da maior parte do território japonês. É também a divisão geográfica entre o Pacífico e o mar do Japão.

As águas do estreito de Tsugaru são consideradas internacionais, mas o ineditismo da manobra não apenas surpreendeu, como aumentou o alerta das autoridades japonesas. O país já tinha determinado o reforço da defesa em função do aumento das atividades militares da Coréia do Norte. O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, afirmou que considera "todas as opções, inclusive a capacidade de um ataque à base inimiga". 

Principal aliado internacional da Coréia do Norte, a China acaba de concluir exercícios militares nas águas do Oceano Pacífico com a Rússia, outro país com o qual os chineses fortaleceram sua aliança nos últimos anos. Em Pequim, Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, comentou a manobra e afirmou que "a comunidade internacional vê com clareza quem exatamente está flexionando os músculos, causando problemas e fazendo provocações". 

Foi uma referência ao pacto firmado entre Estados Unidos, Austrália e Reino Unido. O acordo trilateral apelidado de AUKUS (que usa as iniciais em inglês dos três países) vai usar tecnologia nuclear norte-americana e britânica para equipar submarinos da marinha australiana. O acordo é uma reação à crescente influência da China na região do Indo-Pacífico. 

Míssil hipersônico

As memórias da Guerra Fria vem à tona nas manobras do Pacífico e também nas alianças internacionais. Em Moscou, a Rússia deu sinais claros de que lado está. "Nós somos aliados e parceiros da China. A China está desenvolvendo suas forças armadas e novas armas sem infringir nenhum compromisso internacional", disse o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, respondendo a uma pergunta sobre possíveis testes de mísseis hipersônicos por parte da China.

A informação foi revelada pelo Financial Times no último fim de semana. Segundo o jornal britânico, 5 fontes do governo chinês confirmaram a informação. A reportagem alega que a China realizou em agosto um teste com um míssil hipersônico, que voa a uma velocidade cinco vezes maior que a do som e é muito mais difícil de rastrear e interceptar os mísseis convencionais. O teste, segundo o jornal, foi feito em agosto e o míssil teria dado uma volta completa no planeta antes de entrar novamente na atmosfera terrestre pra tentar atingir o alvo. Teria havido um erro de precisão de dezenas de quilômetros. 

A China nega que estivesse testando um míssil hipersônico. O governo alegou que o teste era com um veículo espacial. Embora não negue nem confirme, o governo da Rússia, que também teria a tecnologia, adotou uma outra postura pra lidar com o assunto. O porta-voz do presidente Vladimir Putin afirmou que o alvo das preocupações não deveria ser somente a China e a Rússia. "Os Estados Unidos da América também estão testando armas hipersônicas".  
 

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