Banco Mundial: pobreza na América Latina e Caribe atinge o maior nível
Para a instituição, os países se recuperam da crise da pandemia de forma mais lenta que o esperado
SBT News
O relatório semestral do Banco Mundial divulgado nesta 5ª feira(7.out) sobre América Latina e Caribe aponta que os países dessas regiões estão se recuperando da crise gerada pelo coronavírus de forma mais lenta do que o esperado, cujos impactos na economia e na sociedade levarão anos para cicatrizar.
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Segundo o documento, intitulado Recuperação do crescimento: reconstruindo economias dinâmicas pós-covid em meio a restrições orçamentárias, a pobreza na América Latina e Caribe está em seu maior nível em décadas. No Brasil, os índices de pobreza cresceram de 24% para 26,7%.
Em relação a este ano, o país deve apresentar crescimento econômico de 5,3%, maior que no ano passado, que ficou em 4,1%. Segundo o estudo, o crescimento em 2021 está sendo alavancado no Brasil com a aceleração da vacinação e a queda do número de mortes por covid-19. Para 2022 e 2023, o relatório prevê crescimento de 1,7%, e 2,5%, respectivamente.
Apesar do crescimento previsto, o Banco Mundial alerta que ainda é necessário superar desafios, como a recorrência do vírus e os altos níveis de endividamento dos setores público e privado.
O Banco Mundial estima que, em muitos países, de 40% a 60% das empresas encontram-se inadimplentes como resultado da queda de receitas causada pela pandemia. E chama a atenção para os desequilíbrios fiscais dos governos, que levam a redução da capacidade de contrair empréstimos no exterior e dificultam a gestão das contas públicas.
Os economistas chefes da instituição recomendam que os países promovam o crescimento econômico de forma sustentável e equitativa. Sugere que reavaliem a prioridade de gastos e invistam em sistemas de saúde para aumentar a expectativa de vida em seus respectivos países em quatro anos.
O Banco Mundial propõe ainda investimentos em educação, pesquisa e desenvolvimento, transferências públicas, infraestrutura, e geração e consumo de energia sustentável. Além disso, avalia que melhorar a eficiência dos gastos nos contratos públicos e programas de transferência de renda pode ajudar a liberar recursos para outras áreas. No caso de contratos públicos, o Banco Mundial estima que os governos poderiam economizar até 22% ao melhorar as práticas para reduzir corrupção e aumentar a concorrência entre fornecedores.