ONU denuncia mortes e pede fim dos combates no Afeganistão
Segundo a organização, 241 mil pessoas foram deslocadas desde o início da ofensiva do grupo extremista
Ao menos 183 civis foram mortos e 1.181 ficaram feridos durante as ações do grupo extremista Talibã no Afeganistão. A informação foi divulgada nesta 3ª feira (10.ago) pela alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, que pediu pelo fim dos combates no país.
"As partes em conflito devem parar de lutar para evitar mais derramamento de sangue. Os talibãs devem pôr fim às operações militares nas cidades. A menos que todas as partes voltem à mesa de negociação e se alcance uma solução pacífica, a situação que já é atroz para tantos afegãos vai apenas piorar", declarou Bachelet, em um comunicado.
A alta comissária afirmou ainda que a tomada de várias cidades por parte dos talibãs "semeou medo e pavor", mas advertiu que o aumento de milícias pró-governo também pode colocar mais civis em perigo. Com isso, a organização relata que pelo menos 241 mil pessoas foram deslocadas desde o início da ofensiva do grupo extremista, em maio deste ano.
Bachelet alerta que continuam surgindo "informações sobre violações que podem ser equiparadas a crimes de guerra e a crimes contra a humanidade". Segundo ela, estão sendo recebidas diversas denúncias de execuções e ataques contra funcionários dos governos locais, assim como contra suas famílias. Construções como casas, escolas e clínicas também estão sendo destruídas.
+ Talibã conquista mais 4 capitais do Afeganistão e expande domínio
Os combates no Afeganistão se intensificaram após os Estados Unidos anunciarem a retirada das tropas militares da região. Até agora, o grupo terrorista domina seis das 34 capitais de províncias afegãs -- Aibak, Qala-i-Naw, Zaranj, Kunduz, Sar-e-Pul e Taloqan.