Cantor cubano que se reuniu com Biden diz que democrata foi receptivo
Na saída da Casa Branca, Yotuel disse que o foco é a liberdade da população de Cuba
Patrícia Vasconcellos
Washington DC - Foi difícil convencê-lo a parar. Depois do encontro com Joe Biden, na Casa Branca, o cantor cubano Yotuel, autor da música "Pátria e Vida" que virou o hino dos protestos recentes, saiu caminhando da Casa Branca e, ao ser questionado pelo SBT News sobre a reunião, disse que estava atrasado para um outro compromisso.
Depois de um quarteirão caminhando junto a reportagem e com a insistência de outros repórteres, Yotuel parou. Disse que Biden escutou atentamente o que todos disseram, se mostrou receptivo e que sabe perfeitamente o que ocorre em Cuba. O cantor afirmou que o presidente americano transmitiu ter uma política de criar os pilares da democracia e da liberdade e que é isso o que o povo de Cuba está pedindo.
Yotuel ainda disse: "Acredito que era o momento dele escutar o povo cubano como todos pediram e o que o povo está pedindo é liberdade, progredir e desenvolver seus direitos." O cantor não citou diretamente o embargo econômico dos Estados Unidos mas falou, ao fim, que algumas atitudes estão sendo tomadas mas que o importante é a conquista da liberdade: "Há restrições, atitudes que estão tomando mas o foco fundamental é que o povo cubano possa alcançar essa liberdade".
Além do artista, participaram da reunião na sede do poder executivo americano Manny Dias, ex-prefeito de Miami, Rosa Maria Paya filha do cubano dissidente Oswaldo Paya e Felice Gorordo, empresário americano nascido em Miami filho de pais cubanos.
Na mesa onde os convidados foram posicionados com distanciamento social, Biden disse: " Estamos trabalhando para aumentar os EUA pessoal em nossa embaixada, priorizando a segurança de nosso pessoal. Portanto, temos muito o que discutir com este grupo. Então nós temos, e principalmente estou aqui para ouvir, quero saber quais são suas idéias. E vocês são alguns dos melhores especialistas no assunto. (...) E pensamos que, você sabe, o povo americano, o povo cubano-americano são, na verdade, os melhores embaixadores do povo cubano. E assim, meu governo vai garantir que suas vozes sejam incluídas e elevadas a cada passo do caminho."
Questionado se outras sanções estariam por acontecer o presidente americano respondeu: "Mais sanções ocorrefão a não ser que alguma mudança drástica aconteça em Cuba o que eu não antecipo (que ocorra)". Horas antes, o Departamento de Tesouro havia anunciado punições contra a polícia cubana e dois diretores: Óscar Callejas Valcarce e Eddy Sierra Arias, adjunto. Segundo o governo americano, os dois são responsáveis pela repressão aos protestos recentes do começo de julho e por isso não poderão mais acessar o sistema financeiro dos Estados Unidos.