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Ministro cubano nega 'explosão social' e diz que país está em condições normais

Após manifestações, Cuba amanheceu sem internet e com uma forte presença policial nas ruas de Havana

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Governo cubano acusa EUA de querer provocar 'revoltas sociais' no país | Félix San Nicolás/MINREX
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Em coletiva de imprensa na 3ª feira (13.jul), o ministro dos Negócios Estrangeiros de Cuba, Bruno Rodríguez, afirmou que não houve uma "explosão social" no país e que os distúrbios ocorridos foram financiados pelos Estados Unidos. Para ele, o país encontra-se em condições "totalmente normais".

"Em 11 de julho não houve explosão social em Cuba, não houve por causa da vontade do povo e do apoio do nosso povo à Revolução e ao seu Governo", afirmou.

Assim como o Presidente cubano, Miguel Diaz-Canel, já havia afirmado, Rodriguez também acusou Washington de estar na origem dos distúrbios, por meio da sua política de sanções e uma campanha na internet.

Durante o fim de semana, a população cubana foi às ruas para protestar contra o regime comunista e a crise econômica, em meio ao momento de alta nos números da pandemia. Manifestantes pediram ainda por uma maior liberdade de expressão.

Os protestos, registrados em Havana, San Antonio de Los Banos e Palma Soriano, resultaram em confrontos e inúmeras detenções. Um dia após as manifestações, Cuba amanheceu sem internet móvel e com uma forte presença policial nas ruas de Havana.

Os últimos protestos desse tipo aconteceram há quase 30 anos, em 1994.

Repercussão

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já demonstrou o seu apoio ao povo cubano, enquanto a secretária de Estado adjunta dos EUA para as Américas, Julie Chung, denunciou "a violência e as prisões de manifestantes cubanos, bem como o desaparecimento de ativistas independentes", e pediu "a sua libertação imediata".

A organização internacional não-governamental Human Rights Watch (HRW) divulgou uma lista de desaparecidos cuja autoria atribui à organização Cubalex, de Cuba, que registra cerca de 171 pessoas desaparecidas, das quais 17 já foram libertadas ou é conhecido o paradeiro.

A União Europeia (UE) apelou às autoridades cubanas para libertarem "imediatamente" todas as pessoas, manifestantes e jornalistas, detidas nos protestos de domingo contra as autoridades de Havana, uma prática que qualificou como "inaceitável".

Já o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, estimulou o respeito pelo direito à manifestação em Cuba e voltou a pedir o fim das sanções norte-americanas ao país, para tentar diminuir a crise económica.

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