Entenda as eleições nos Estados Unidos
Donald Trump e Joe Biden concentram os comícios nesta reta final nos swing-states, estados ainda divididos entre democratas e republicanos
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Nova York - Neste sábado (31), Donald Trump agendou quatro comícios em estados diferentes. No domingo, 1 de Novembro, serão cinco eventos do republicano. Joe Biden também apertou a agenda e durante a semana não foi diferente. Na 6ª feira (30.out). Donald Trump esteve em Michigan, Wisconsin e Minnesota. Joe Biden visitou no mesmo dia Minnesota, Wisconsin e Iowa. As escolhas não são por acaso. Tanto Trump quanto Biden concentram os esforços nesta reta final nos chamados swing-states - estados decisivos e em situação de empate técnico. Nesses locais, não há um candidato preferido da maioria dos eleitores.
Trump aposta no corpo a corpo. Biden faz comícios com distanciamento social. No fim, o objetivo dos dois é o mesmo: ganhar votos nos estados onde o resultado ainda não é óbvio. Os swing-states em 2020 formam uma lista grande. O empate técnico existe nos estados: Arizona, Wisconsin, Michigan, Maine, Minnesota, Nevada, Pennsylvania, Flórida, Ohio, Carolina do Norte, Georgia, New Hampshire e Iowa.
Diferentemente do que acontece no Brasil, o ganhador das eleições nos Estados Unidos não é definido pela soma total dos votos dos eleitores em todo o país. A vitória é dada a quem tiver o maior número de delegados.
Como funciona
Os delegados (electors, em inglês) são os representantes de cada partido que formam o Colégio Eleitoral. Cada estado tem o número de delegados definido de acordo com o número de habitantes e o total é equivalente à soma dos senadores e deputados daquele mesmo local. O candidato que vencer no estado, independentemente da vantagem numérica, leva o grupo de delegados que vai ser somado à contagem final.
No total, os Estados Unidos têm 538 delegados. Para entrar na Casa Branca, o vencedor precisa conseguir pelo menos 270. A Califórnia é o estado com o maior número de delegados - são 55. Na sequência vem o Texas com 38 e em terceiro lugar, empatados, Nova York e Flórida com 29 delegados cada.
Em 2016, Donald Trump ganhou de Hillary Clinton porque os votos dele estavam mais distribuídos pelo país. Trump conseguiu mais delegados porque venceu em 30 estados americanos. Hillary, ao fim, teve mais votos brutos mas esses estavam concentrados em apenas 20 estados. Segundo as regras do jogo, Hillary Clinton teve mais votos mas conseguiu menos "peças" para armar seu grupo de delegados e vencer.
As normas são estabelecidas pelo artigo 1 da Constituição americana de 1789. O voto nos Estados Unidos não é obrigatório estando habilitado para votar todo e qualquer cidadão americano maior de 18 anos.
O voto antecipado
Os Estados Unidos sempre permitiram o voto antecipado. Neste ano, por conta da pandemia, os prazos foram estendidos para evitar aglomerações nos centros de votação. Há duas formas do eleitor votar antecipadamente: por correspondência e presencialmente.
* No caso do voto por correspondência, o eleitor precisa informar ao órgão equivalente ao TRE americano que quer proceder desta forma. A cédula nominal é enviada então à residência da pessoa que preenche o documento e depois a devolve também por serviço postal (equivalente aos Correios no Brasil).
Em Nova York, muitos americanos relataram erros. Cédulas com nomes errados foram enviadas para alguns endereços. O governo local afirmou que estas cédulas não serão computadas (no caso de terem sido postadas) e que novas corrigidas foram enviadas. Donald Trump afirmou por mais de uma vez que irá questionar na Suprema Corte os votos por correspondência afirmando, sem apresentar provas, que o método é fraudulento. No Senado, legisladores democratas e republicanos afirmaram que o resultado obtido após 3 de Novembro será aceito e que qualquer contestação significará um desrespeito à Constituição americana.
Os votos por correspondência, em eleições passadas, representavam uma minoria na totalidade. Este ano, muitos americanos escolheram este método para evitar o contato físico e reduzir as chances de contaminação pela Covid19. Esse fato pode gerar uma demora maior na contagem dos votos e apuração do resultado. Na Pensilvânia, por exemplo, a justiça permitiu que o eleitor faça a postagem da cédula até o dia 6 de novembro, três dias depois da data oficial da eleição que é em 3 de novembro.
* No caso do voto presencial antecipado, cada estado define as datas para que isso ocorra. Em Nova York, as seções foram abertas em 24 de outubro e o voto antecipado presencial pode ser feito até este domingo, 1º de novembro.
Quando o resultado será anunciado?
Essa é uma pergunta frequente, mas sem resposta exata. Como muitos eleitores optaram pelo voto por correspondência este ano, pode haver uma demora para que esses sejam contabilizados.
O Texas, por exemplo, nesta 6ª feira (30), informou que o estado já ultrapassou o número de votos totais em comparação a 2016. Faltando quatro dias para a data oficial da eleição, 9 milhões de texanos já escolheram seu candidato. Há quatro anos, o número de votantes no estado foi de 8 milhões e 969 mil.
Entre os que já votaram estão as cédulas enviadas por serviço postal. A dúvida é quanto tempo cada estado levará para computar estes votos de papel, mandados por um serviço que enfrenta atrasos na entrega por conta da pandemia.
Como o sistema eleitoral americano é por soma de delegados e não por votos totais brutos, o vencedor já será conhecido quando o candidato "x" obtiver 270 delegados. A contabilização total das cédulas será feita para que os números sejam oficializados, mas é possível que o mundo já conheça o vencedor com cédulas de papel postadas ainda a caminho da contagem final.
O candidato que vencer nestas eleições toma posse em 20 de janeiro de 2021.
Trump aposta no corpo a corpo. Biden faz comícios com distanciamento social. No fim, o objetivo dos dois é o mesmo: ganhar votos nos estados onde o resultado ainda não é óbvio. Os swing-states em 2020 formam uma lista grande. O empate técnico existe nos estados: Arizona, Wisconsin, Michigan, Maine, Minnesota, Nevada, Pennsylvania, Flórida, Ohio, Carolina do Norte, Georgia, New Hampshire e Iowa.
Os delegados e o Colégio Eleitoral
Diferentemente do que acontece no Brasil, o ganhador das eleições nos Estados Unidos não é definido pela soma total dos votos dos eleitores em todo o país. A vitória é dada a quem tiver o maior número de delegados.
Como funciona
Os delegados (electors, em inglês) são os representantes de cada partido que formam o Colégio Eleitoral. Cada estado tem o número de delegados definido de acordo com o número de habitantes e o total é equivalente à soma dos senadores e deputados daquele mesmo local. O candidato que vencer no estado, independentemente da vantagem numérica, leva o grupo de delegados que vai ser somado à contagem final.
No total, os Estados Unidos têm 538 delegados. Para entrar na Casa Branca, o vencedor precisa conseguir pelo menos 270. A Califórnia é o estado com o maior número de delegados - são 55. Na sequência vem o Texas com 38 e em terceiro lugar, empatados, Nova York e Flórida com 29 delegados cada.
Em 2016, Donald Trump ganhou de Hillary Clinton porque os votos dele estavam mais distribuídos pelo país. Trump conseguiu mais delegados porque venceu em 30 estados americanos. Hillary, ao fim, teve mais votos brutos mas esses estavam concentrados em apenas 20 estados. Segundo as regras do jogo, Hillary Clinton teve mais votos mas conseguiu menos "peças" para armar seu grupo de delegados e vencer.
As normas são estabelecidas pelo artigo 1 da Constituição americana de 1789. O voto nos Estados Unidos não é obrigatório estando habilitado para votar todo e qualquer cidadão americano maior de 18 anos.
O voto antecipado
Os Estados Unidos sempre permitiram o voto antecipado. Neste ano, por conta da pandemia, os prazos foram estendidos para evitar aglomerações nos centros de votação. Há duas formas do eleitor votar antecipadamente: por correspondência e presencialmente.
* No caso do voto por correspondência, o eleitor precisa informar ao órgão equivalente ao TRE americano que quer proceder desta forma. A cédula nominal é enviada então à residência da pessoa que preenche o documento e depois a devolve também por serviço postal (equivalente aos Correios no Brasil).
Em Nova York, muitos americanos relataram erros. Cédulas com nomes errados foram enviadas para alguns endereços. O governo local afirmou que estas cédulas não serão computadas (no caso de terem sido postadas) e que novas corrigidas foram enviadas. Donald Trump afirmou por mais de uma vez que irá questionar na Suprema Corte os votos por correspondência afirmando, sem apresentar provas, que o método é fraudulento. No Senado, legisladores democratas e republicanos afirmaram que o resultado obtido após 3 de Novembro será aceito e que qualquer contestação significará um desrespeito à Constituição americana.
Os votos por correspondência, em eleições passadas, representavam uma minoria na totalidade. Este ano, muitos americanos escolheram este método para evitar o contato físico e reduzir as chances de contaminação pela Covid19. Esse fato pode gerar uma demora maior na contagem dos votos e apuração do resultado. Na Pensilvânia, por exemplo, a justiça permitiu que o eleitor faça a postagem da cédula até o dia 6 de novembro, três dias depois da data oficial da eleição que é em 3 de novembro.
* No caso do voto presencial antecipado, cada estado define as datas para que isso ocorra. Em Nova York, as seções foram abertas em 24 de outubro e o voto antecipado presencial pode ser feito até este domingo, 1º de novembro.
Quando o resultado será anunciado?
Essa é uma pergunta frequente, mas sem resposta exata. Como muitos eleitores optaram pelo voto por correspondência este ano, pode haver uma demora para que esses sejam contabilizados.
O Texas, por exemplo, nesta 6ª feira (30), informou que o estado já ultrapassou o número de votos totais em comparação a 2016. Faltando quatro dias para a data oficial da eleição, 9 milhões de texanos já escolheram seu candidato. Há quatro anos, o número de votantes no estado foi de 8 milhões e 969 mil.
Entre os que já votaram estão as cédulas enviadas por serviço postal. A dúvida é quanto tempo cada estado levará para computar estes votos de papel, mandados por um serviço que enfrenta atrasos na entrega por conta da pandemia.
Como o sistema eleitoral americano é por soma de delegados e não por votos totais brutos, o vencedor já será conhecido quando o candidato "x" obtiver 270 delegados. A contabilização total das cédulas será feita para que os números sejam oficializados, mas é possível que o mundo já conheça o vencedor com cédulas de papel postadas ainda a caminho da contagem final.
O candidato que vencer nestas eleições toma posse em 20 de janeiro de 2021.
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