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Justiça

MP pede que provas contra motorista de Porsche sigam para a Justiça Militar

Ministério Público pede investigação de possíveis crimes de policiais que liberaram o empresário no dia do acidente

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O Ministério Público de São Paulo requisitou nesta segunda-feira (29) à Justiça que as provas da denúncia contra o motorista do Porsche, Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, sejam compartilhadas com a Justiça Militar.

Fernando é acusado de matar o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos. O acidente aconteceu na madrugada do dia 31 de março, na avenida Salim Farah Maluf, em São Paulo.

O MPSP espera que, com o compartilhamento das informações, os policiais respondam por eventual crime. Imagens do dia do acidente mostram que os agentes liberaram Fernando, a pedido da mãe dele, Daniela Andrade, sob o argumento de que iriam a um hospital da região para tratar um ferimento na boca. A polícia descobriu, depois, que ele não foi a nenhum hospital naquele dia.

A Secretaria de Segurança Pública já concluiu que houve falha de procedimento dos policiais militares que atenderam o acidente. A sindicância aberta pela Polícia Militar apontou falha porque o motorista não foi submetido ao teste de alcoolemia, mais conhecido como bafômetro. Ainda segundo a pasta, foi aberto um procedimento para a "responsabilização" dos agentes.

Sem fazer bafômetro

Testemunhas disseram que, na madrugada do acidente, Fernando tentou fugir, apresentava sinais de embriaguez, tinha a voz pastosa, estava cambaleando e não sabia o que estava acontecendo.

Apesar disso, ele foi liberado pelos policiais sem fazer o exame do bafômetro.

De acordo com o MP, Sastre ingeriu álcool em dois estabelecimentos antes de dirigir o Porsche a mais de 150 km/h. A namorada dele e um casal de amigos tentaram impedi-lo de dirigir.

A conta do restaurante onde o empresário esteve com a namorada e um casal de amigos revelou que foram consumidas nove doses de bebidas alcoólicas. O amigo Marcos Vinicius Rocha, que estava no veículo, e a namorada dele, confirmaram que beberam antes do acidente.

Ao dirigir, Fernando atingiu a traseiro do carro de Ornaldo. O motorista por aplicativos foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado para o Hospital Municipal do Tatuapé, onde deu entrada com parada cardiorrespiratória. Segundo os médicos que o atenderam, ele morreu "devido a traumatismos múltiplos não especificados".

Homicídio Doloso

Nesta segunda-feira (29), o Ministério Público de São Paulo denunciou Fernando pelos crimes de homicídio doloso qualificado, que prevê pena de 12 a 30 anos de cadeia, e lesão corporal gravíssima, que pode elevar a pena total em um sexto.

Na quinta-feira (25), a polícia concluiu as investigações em torno de um acidente e pediu, pela terceira vez, a prisão preventiva de Sastre. A nota do MPSP informa que a promotora do caso Monique Ratton, se manifestou a favor da decretação da prisão preventiva para evitar que o denunciado, como já fez ao longo das investigações, influencie as testemunhas.

Em contato com o SBT News, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) disse que o caso segue em segredo de Justiça.

Nos dois pedidos de prisão negados até aqui, a Justiça de São Paulo argumentou que não havia elementos suficientes para a detenção do suspeito. Além de pagar a fiança de R$ 500 mil, ele está proibido de dirigir e de deixar o Brasil.

Ajuda para a família

A família de Ornaldo da Silva Viana divulgou, durante as investigações, que a defesa de Fernando Sastre de Andrade Filho ofereceu uma ajuda financeira de um salário mínimo (R$ 1.412) mensal e que considerou o valor “irrisório”.

Carteira suspensa

O SBT News mostrou que o dono do Porsche teve a carteira suspensa e recuperou a habilitação doze dias antes do acidente.

O prontuário do Detran de São Paulo mostra que Fernando teve a carteira de motorista suspensa no dia 5 de outubro do ano passado. Ele foi punido com 152 dias de suspensão por excesso de multas.

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