Família de motorista morto em acidente com Porsche diz que valor de ajuda oferecida é “irrisório”
Fernando Sastre dirigia modelo de R$ 1,2 milhão e pagou R$ 500 mil de fiança, mas sugeriu compensação de um salário mínimo mensal
A ajuda financeira proposta pela defesa do empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, causador do acidente que matou o motorista de aplicativo Ornaldo Da Silva Viana, é considerada insuficiente pela família da vítima.
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As informações sobre a ajuda de custo foram divulgadas nesta sexta-feira (11) pela família de Ornaldo Viana. Em nota, os familiares ressaltam que o condutor do Porsche pagou fiança de R$ 500 mil para aguardar o processo em liberdade, mas ofereceu ajuda de custo de um salário mínimo mensal, R$1.412 atualmente.
“Não podemos esquecer que se trata da execução brutal de um trabalhador, que foi morto enquanto trabalhava para levar o sustento a sua família. A família reafirma a confiança no trabalho da força policial, membros do Ministério Público e Judiciário, em representar os anseios da família e da sociedade, voltando suas atuações para elucidação dos fatos e aplicação de penalidades aos responsáveis de forma exemplar nos termos da lei”, diz a nota.
Na madrugada do dia 31 de março, o Porsche de Fernando colidiu em alta velocidade com o Renault Sandero do motorista Ornaldo Viana, na Avenida Salim Farah Maluf, zona leste de São Paulo. + Dono de Porsche teve carteira suspensa e a recuperou 12 dias antes de batida que matou uma pessoa
A vítima estava trabalhando no momento da batida e não resistiu aos ferimentos. A Polícia Civil, que investiga o caso pela 30°DP (Tatuapé), indiciou o empresário por homicídio, lesão corporal ao colega Marcus Vinicius Rocha, de 22 anos, que estava como passageiro do Porsche na hora da batida, e fuga do local do acidente. Testemunhas que presenciaram a batida, na madrugada de domingo (31), disseram que o motorista do carro avaliado em R$ 1,2 milhão apresentava sinais de embriaguez, tinha a voz pastosa (lenta, arrastada), estava cambaleando e não sabia dizer o que estava acontecendo.
Os dois pedidos de prisão de Fernando foram negados pela Justiça de São Paulo, pois, segundo eles, não havia elementos suficientes para a detenção do suspeito. Além de pagar a fiança de R$ 500 mil, ele está proibido de dirigir e de deixar o Brasil.