Moraes determina que Lessa seja monitorado no presídio de Tremembé
Réu confesso do assassinato da vereadora Marielle Franco, em 2018, ex-policial militar será acompanhado até em visitas da família e de advogados
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou, nesta segunda-feira (17), que Ronnie Lessa deve ter todas comunicações, verbais ou escritas, monitoradas pela Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo (SAP).
Réu confesso do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018, o ex-policial militar será levado para o presídio de Tremembé, no interior de São Paulo, por determinação de Moraes, realizada no último dia 7.
O ministro também decidiu que Lessa seja fiscalizado permanentemente nos momentos de visita com a família e em atendimentos com o advogado. Segundo Moraes, as medidas são "em razão de peculiaridades do caso concreto".
Decisões de monitoramento nos presídios que envolvam advogados e clientes costumam ser criticadas pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) por possível violação constitucional do sigilo entre as partes.
Em contato com a SAP, a Secretaria respondeu que não pode comentar qualquer tipo de informação por questões de segurança. O SBT News pediu uma nota de posicionamento para a OAB-SP, mas não teve resposta. O espaço segue aberto.
Marielle Franco
Ronnie Lessa é um dos delatores do assassinato de Marielle. Em seu depoimento, o ex-policial apontou os irmãos, Domingos Brazão, ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, e Chiquinho Brazão, deputado federal pelo União Brasil, como mandantes do crime.
Além disso, o delegado Rivaldo Barbosa, chefe da Polícia Civil na época, é apontado como responsável por acobertar o caso e ainda garantir que os irmãos saíssem impunes. Todos estão presos.