Caso Sophia: Justiça determina que Ricardo Krause, pai da menina, vá novamente a júri popular
O acusado, que atualmente trabalha como cozinheiro em restaurantes renomados da capital paulista, passará por um novo julgamento, ainda sem data marcada
A Justiça de São Paulo decidiu que o cozinheiro Ricardo Krause Najjar, condenado duas vezes pela morte da filha, Sophia, de 4 anos, irá novamente a júri popular.
O Ministério Público e a mãe da menina, Ligia Kissajikian, pediram a anulação da sentença que condenou o pai por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. O crime aconteceu há oito anos.
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Ao SBT, Ligia comemorou a decisão. "Não só pela minha filha, mas por tantas outras, eu precisava ir lá e lutar por essa justiça”, disse emocionada. "Desfazer uma injustiça também é fazer justiça. O que aconteceu no segundo júri não estava certo e ter a oportunidade de novamente viver isso, por mais doloroso que seja, é uma oportunidade de não deixar que esse crime permaneça impune”, complementou.
Sophia Najjar, de quatro anos, foi encontrada morta com uma sacola plástica na cabeça em dezembro de 2015 no apartamento do pai. Ele foi preso no velório da menina e ficou um ano na cadeia.
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Em 2018, Ricardo foi julgado e condenado a 24 anos de prisão por homicídio doloso, quando há intenção de matar, e fraude processual, por alterar a cena do crime. No entanto, em setembro de 2020, o Tribunal de Justiça de São Paulo anulou o júri por contradição na decisão dos jurados.
No ano passado, um novo júri, composto por mulheres, condenou o acusado a um ano e meio de prisão por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. Renato saiu livre do julgamento.
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Com a última decisão do TJSP, o júri foi anulado novamente. O acusado, que atualmente trabalha como cozinheiro em restaurantes renomados da capital paulista, agora passará por um novo julgamento, ainda sem data marcada. É a segunda anulação em quatro anos.
Na decisão, a Justiça diz que o médico legista identificou manchas roxas recentes, rompimento do tímpano esquerdo por ação contundente e trauma cerebral. O laudo afirmou que a criança morreu por asfixia, mas não provocada pela sacola que estava na cabeça dela. Foi concluído pela perícia que algo tapou a boca de Sophia, impedindo que ela respirasse.
A defesa de Ricardo alega que houve um acidente doméstico. Sophia faria 13 anos daqui a um mês.