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Caso Marielle passa a ser responsabilidade do STF

Investigadores suspeitam que uma autoridade com foro privilegiado tenha participado do assassinato da vereadora, que completou seis anos nesta quinta-feira

Caso Marielle passa a ser responsabilidade do STF
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A investigação dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e do motorista dela, Anderson Gomes, subiu ao Supremo Tribunal Federal (STF). O motivo é a suspeita de envolvimento de uma autoridade com foro privilegiado no caso. A entrada no STF do caso ocorre 6 anos após o crime, cuja autoria não foi completamente desvendada.

+ Seis anos sem Marielle: Viúva tem esperança na elucidação do assassinato

A investigação estava no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O envio ao STF decorre da menção a uma pessoa com o chamado foro por prerrogativa de função. O foro varia conforme o cargo ocupado. O STJ, por exemplo, julga crimes cometidos por governadores e desembargadores.

Já no STF, o foro é restrito ao presidente da República, vice-presidente, ministros de Estado, senadores, deputados federais, ministros de tribunais superiores, membros do Tribunal de Contas da União e embaixadores. A investigação da Polícia Federal está sob sigilo. Não há informações sobre quem é a autoridade mencionada na apuração.

Envolvidos

Quatro pessoas estão presas pelo crime: Ronie Lessa, Élcio de Queiroz, Maxwell Simões Corrêa e Edilson Barbosa dos Santos.

As investigações apontam que eles participaram do planejamento do assassinato, com ações como monitoramento da rotina da vereadora e desmanche do carro utilizado pelos criminosos.

Ainda não há conclusão a respeito de quem ordenou o crime, nem as motivações do caso. O avanço do processo ficará agora sob alçada do STF.

Homenagem

A irmã de Marielle, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, publicou, nesta quinta-feira (14), uma homenagem nas redes sociais. Ela também compareceu a uma missa realizada no Rio de Janeiro (RJ), junto com a mãe, Marinete da Silva.

Em uma foto ao lado da irmã, Anielle escreveu: “São seis anos, minha irmã, que a gente luta por justiça por você e pelo Anderson e ainda não temos as respostas. Seis anos que questionam a gente por tudo. Nossa roupa, nossa alegria, nosso jeito de falar. Seis anos que, mesmo assim, eu me levanto todo dia por você, pelo nosso povo e por tudo que você representava. Você não ia acreditar no tanto de gente que te defende. Trocaria tudo pra ter você comigo”.

Como Marielle Franco e Anderson Gomes foram assassinados?

Marielle Franco e Anderson Gomes foram vítimas de uma emboscada, na noite de 14 de março de 2018, no bairro do Estácio, no centro do Rio de Janeiro.

Horas antes do crime, a vereadora participou de uma roda de conversas na Casa das Pretas, uma organização feminista negra cujo tema era mulheres negras no poder. Em seguida, ela sentou no banco traseiro do carro dirigido por Anderson Gomes, acompanhada pela assessora Fernanda Chaves em direção à sua casa na Tijuca, na zona norte da cidade.

Em um outro carro, um Cobalt Prata clonado, estavam os assassinos, próximos do local do evento aguardando a saída da vereadora. Exatamente neste momento eles começaram a perseguição.

Quando o carro onde estava Marielle parou em um sinal de trânsito na Rua Joaquim Palhares, no mesmo bairro, o Cobalt prata emparelhou, o assassino abriu o vidro traseiro e disparou pelo menos 13 vezes.

Marielle foi atingida por quatro tiros na cabeça. Já Anderson recebeu outros três tiros pelas costas. Única sobrevivente, Fernanda foi atingida por estilhaços.

Quem era Marielle Franco?

Marielle Franco era uma socióloga e ativista política que cresceu no Complexo da Maré, comunidade da zona norte do Rio de Janeiro. Filiada ao Psol, trabalhou por dez anos no gabinete do então deputado estadual Marcelo Freixo, hoje presidente da Embratur no governo Lula. Em 2016, foi eleita vereadora do Rio com 46.502 votos, a quinta maior votação daquela eleição. Ela tomou posse do cargo no ano seguinte

Quem era Anderson Gomes?

Anderson Gomes tinha 39 anos quando foi assassinado com três tiros nas costas. Ele trabalhava como motorista particular e também para aplicativos de transportes.

Na época do crime, Anderson substituía o motorista oficial de Marielle Franco, afastado por causa de um acidente. Ele era casado, tinha um filho de 2 anos e morava na zona norte do Rio de Janeiro.

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