Publicidade

Alexandre de Moraes diz que ONU precisa de uma "declaração de direitos digitais em defesa da democracia”

Ministro do Supremo e presidente do TSE afirmou não ser possível permitir que redes continuem sem regulamentação

Alexandre de Moraes diz que ONU precisa de uma "declaração de direitos digitais em defesa da democracia”
O ministro do STF Alexandre de Moraes preside também o TSE | Alejandro Zambrana/TSE
Publicidade

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disse nesta terça-feira (21) que é necessário que a Organização das Nações Unidas (ONU) faça “uma declaração de direitos digitais em defesa da democracia”. O alvo do magistrado eram as notícias falsas (“fake news”) divulgadas em redes sociais.

Moraes participa de seminário da Corte Eleitoral em que ministros e outras autoridades debatem o impacto da Inteligência Artificial para a democracia e as eleições. Para ele, não é possível permitir que redes continuem sem regulamentação e é preciso instaurar mecanismos "administrativos, legislativos e judiciais" para lidar com as big techs (as empresas multinacionais que operam as grandes plataformas sociais). A regulamentação, para ele, é ainda mais curcial num cenário de eleição. Em outubro o Brasil terá as eleições, para escolha de prefeitos e vereadores, após o lançamento do ChatGPT, que popularizou o uso da IA.

“Há hoje uma necessidade de discussão do ponto de vista internacional para que a ONU lidere uma declaração de direitos digitais em defesa da democracia. Não podemos permitir que essas big techs que atuam no mundo todo continuem sendo terra de ninguém”, disse o também ministro do Supremo Tribunal Federal.

Alexandre de Moraes comparou a necessidade de estipular regras na internet com o ocorrido no passado com a TV ou outros meios de mídia digital. Segundo ele, “a inteligência artificial hoje anabolizou as notícias fraudulentas [e] toda essa desinformação tem um destinatário no campo eleitoral”, o que prejudica o andamento do processo democrático. Para o ministro, as informações falsas têm objetivo de "desvirtuar a vontade" e "direcionar o voto" dos eleitores.

Moraes x Musk

No início de abril, o empresário Elon Musk (atual dono da marca X, o antigo Twitter) disse que iria suspender as restrições aos perfis ordenadas por Moraes, alegando censura. Decisões de magistrado miravam propagadores de discursos de ódio e "fake news" nas redes sociais.

No dia seguinte, o bilionário chamou o ministro de “Darth Vader do Brasil” e sugeriu que o magistrado deveria ser alvo de um impeachment.

Na série de publicações, Musk ainda ameaçou retirar a empresa do Brasil. Pouco tempo depois, ele compartilhou um tutorial demonstrando como baixar VPN para mascarar o local de acesso do computador e, dessa maneira, poder continuar usando o X, caso a rede decidisse de fato deixar de operar em solo brasileiro.

As postagens chegaram até Moraes, que incluiu Musk no inquérito das milícias digitais e abriu um inquérito para apurar a conduta do bilionário. A ideia é investigar se há crime de obstrução à Justiça, “inclusive em organização criminosa e em incitação ao crime”.

No dia 16 do mesmo mês, a sucursal da rede social no Brasil entregou decisões do ministro a políticos republicanos dentro do Congresso americano. Esses parlamentares, em sua maioria apoiadores de Donald Trump, criticaram as decisões de Moraes em um relatório.

“Os documentos e registros intimados revelam que, desde pelo menos 2022, o Supremo Tribunal Federal do Brasil, no qual Moraes atua como juiz, e o Tribunal Superior Eleitoral do Brasil, liderado por Moraes, ordenaram que a X Corp. suspendesse ou removesse cerca de 150 contas na popular plataforma de mídia social. Essas demandas de censura foram direcionadas especificamente a críticos do governo brasileiro: membros conservadores”, diz o documento, elaborado por parlamentares republicanos apoiadores do ex-presidente Donald Trump.

Publicidade
Publicidade

Assuntos relacionados

Alexandre de Moraes
X (antigo Twitter)
Twitter
Elon Musk
Elon Musk
Milícia
fake news
Fake News
Facebook
Redes Sociais
Mark Zuckerberg
ONU

Últimas notícias

Polícia Federal prende primeira-dama de João Pessoa (PB) por aliciamento violento de eleitores

Polícia Federal prende primeira-dama de João Pessoa (PB) por aliciamento violento de eleitores

Marido de Lauremília Lucena, o prefeito e candidato à reeleição Cícero Lucena (PP) disse, em nota, que se trata de "prisão política" às vésperas da eleição
Hezbollah confirma morte do líder Hassan Nasrallah em bombardeios de Israel no Líbano

Hezbollah confirma morte do líder Hassan Nasrallah em bombardeios de Israel no Líbano

Ataque feito no sul de Beirute, capital do país, também matou outros chefes do grupo
Anvisa prorroga proibição ao uso de fenol por tempo indeterminado

Anvisa prorroga proibição ao uso de fenol por tempo indeterminado

Resolução mantém medida preventiva vigente, feita após a morte de um empresário em São Paulo decorrente do procedimento de peeling de fenol
Mega-Sena: sorteio pode pagar prêmio de R$ 32 milhões neste sábado (28)

Mega-Sena: sorteio pode pagar prêmio de R$ 32 milhões neste sábado (28)

Apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em casas lotéricas ou pela internet
Brasil segue sem embaixador em Israel após quatro meses e com ataques no Líbano

Brasil segue sem embaixador em Israel após quatro meses e com ataques no Líbano

Falta de representação fragiliza relação entre países em meio a possível "guerra total" e análise de repatriação
Quem é Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah que Israel afirma ter matado

Quem é Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah que Israel afirma ter matado

Grupo libanês confirmou a morte de Nasrallah após bombardeiros em Beirute, nesta sexta-feira (27)
Líder do Hezbollah morre em ataque a Beirute, afirmam militares de Israel

Líder do Hezbollah morre em ataque a Beirute, afirmam militares de Israel

Grupo libanês, aliado ao Hamas, emitiu um comunicado na manhã deste sábado (28) confirmando a morte de Hassan Nasrallah
CONTEXTUALIZANDO: Entenda a mudança no Código Penal que cria pena própria para casos de feminicídio

CONTEXTUALIZANDO: Entenda a mudança no Código Penal que cria pena própria para casos de feminicídio

Confira a verificação realizada pelos jornalistas integrantes do Projeto Comprova
Quina acumula e prêmio sobe para R$ 10 milhões

Quina acumula e prêmio sobe para R$ 10 milhões

Próximo concurso será realizado no sábado (28)
Lotomania: confira os números sorteados

Lotomania: confira os números sorteados

Ninguém acerta as 20 dezenas e prêmio chega a R$ 1,7 milhão
Publicidade
Publicidade