O delator da Lava Jato Alberto Youssef é preso pela PF mais uma vez
Doleiro condenado estava em Santa Catarina e foi detido nesta 2ª pela PF, por ordem do juiz Eduardo Appio
Ricardo Brandt
O doleiro Alberto Youssef foi mais uma vez preso pela Polícia Federal, nesta 2ª feira (20.marc), em Itapoá (SC). A ordem de prisão foi do novo juiz da Operação Lava Jato, em Curitiba, Eduardo Appio.
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Youssef é figura emblemática da Lava Jato. Preso no final dos anos 1990, ele foi um dos primeiros delatores da Justiça, ao fechar acordo no escândalo do Caso Banestado, por crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro,
Preso novamente em 2014, no primeiro anol da Lava Jato, Youssef e o ex-direitor da Petrobrás Paulo Roberto Costa (morto em 2022), foram os primeiros delatores a fecharem acordo com a força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) de Curitiba.
Os acordos foram homologados pelo então juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba - o berço da Lava Jato -, Sérgio Moro - atual senador pelo União Brasil do Paraná.
Youssef foi preso por envolvimento supostamente com crimes de sonegação fiscal. Appio afirma desconhecer que o doleiro tenha quitado seus débitos com o Fisco.
"O relatório fiscal para fins penais da Receita Federal deixa evidenciado que o acusado não devolveu aos cofres públicos todos os valores desviados e que suas condições atuais de vida são totalmente incompatíveis com a situação da imensa maioria dos cidadãos brasileiros", juiz federal Eduardo Appio, sobre Alberto Youssef
O novo juiz da Lava Jato informa ainda na decisão que levou em consideração que o condenado na Lava Jato não apresentou à Justiça seu endereço atualizado. Para ele, isso "demonstra total desprestígio à Justiça Federal de seu país, bem como certeza de impunidade".
A PF o encontrou em sua casa no litoral catarinense. "Há notícias informais de que o condenado estaria, atualmente, residindo no município balneário e turístico de Itapoá-SC, mas o investigado seque se deu ao trabalho de atualizar seu endereço junto a este JUízo Federal da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba", registrou o magristrado.
"O simples fato de que possui diversos endereços e de que estaria morando na praia já evidencia uma situação muito privilegiada e que resulta incompatível com todas as condenações já proferidas em matéria criminal", anotou o magistrado.
O delator foi levado para Curitiba, onde ficará detido A defesa de Youssef deve entrar com um pedido de liberdade nesta 3ª feira (21.mar), alegando que tanto os dados fiscais como o endereço atualizado do cliente constam nos autos do processo de execução penal de Youssef.
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