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MPF pede que região do "índio do buraco" tenha destino socioambiental

Entidade deu prazo de 30 dias para que seja apresentado um plano de proteção territorial da área

MPF pede que região do "índio do buraco" tenha destino socioambiental
Índio do buraco, como ficou conhecido, era o único sobrevivente de uma etnia desconhecida em condição de isolamento na terra indígena Tanaru | Acervo Funai
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O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou uma ação para obrigar a União e a Fundação Nacional do Índio (Funai) a demarcar a terra indígena Tanaru, onde vivia o "índio do buraco", em Corumbiara, Rondônia. A entidade pede, em caráter urgente, que a área tenha destinação socioambiental para ser protegida e preservada.

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"Mesmo sozinho, o índio do buraco levou adiante sua civilização e ocupou tradicionalmente seu território até agosto de 2022. A sua morte recente não altera a natureza do seu território - a área continua sendo um bem da União. O direito originário territorial está posto, claro e comprovado há décadas", justificaram os procuradores da ação.

Eles apontaram que a destinação da área à proteção socioambiental como terra indígena demarcada pode significar a reparação dos atos de violência e usurpação pelos quais a etnia Tanaru e outras passaram. A destinação a particulares, por sua vez, pode significar o oposto: uma premiação aos atos ilícitos cometidos no local.

O índio do buraco, como ficou conhecido, era o único sobrevivente de uma etnia desconhecida em condição de isolamento na terra indígena Tanaru. Ele, que viveu sozinho por quase 30 anos após o genocídio do seu povo, foi encontrado morto em uma palhoça durante uma ronda de monitoramento e vigilância territorial, em agosto deste ano.

Após o corpo do indígena ter sido levado à sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, para realização de exames e laudos sobre a causa da morte, a Justiça Federal determinou, em novembro, que a Funai fizesse o sepultamento dele na região. A cerimônia deveria seguir os costumes, crenças e tradições dos povos indígenas.

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"A União e a Funai devem apresentar em 30 dias um plano de proteção territorial da área, com visitas regulares e monitoramento. O MPF também quer a manutenção da restrição de uso da área até o trânsito em julgado da ação civil pública e que a Funai constitua um grupo de trabalho no prazo de 60 dias para identificar e delimitar a terra indígena Tanaru", disse o MPF, ressaltando que as entidades também podem fazer a destinação socioambiental da área.

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