Mensagens mostram que PMs agiram para acobertar colega que agrediu torcedor
Servidor público foi agredido em banheiro de estádio no Rio Grande do Sul
Luciane Kohlmann
O SBT Brasil teve acesso, com exclusividade, ao inquérito policial militar que apurou a agressão de 11 PMs a um torcedor, no Rio Grande do Sul.
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Na noite de 1º de Maio, Rai Duarte, de 33 anos, foi retirado por policiais militares de um ônibus da torcida do Brasil de Pelotas e levado a um banheiro do estádio, onde aconteceram as agressões.
"Achei que não era comigo, me surpreendi que foi comigo, só me levaram", conta o servidor público. Uma câmera de segurança mostra que Rai foi encaminhado, com outros torcedores, ao hospital. Ele aparece desacordado em uma cadeira de rodas.
Num diálogo extraído do celular de um dos investigados, um PM diz: "não deveríamos ter tentado ajudar o Duarte", evidenciando que o grupo estaria acobertando um colega.
O inquérito concluiu que há fortes indícios de que o soldado Leandro Duarte Lemes foi o responsável pelas agressões que deixaram Rai em estado grave por mais de 100 dias no hospital. Ele sofreu uma lesão no intestino e teve hemorragia interna.
O Ministério Público deve encaminhar denúncia à Justiça Militar em até duas semanas. O soldado Duarte foi indiciado por tentativa de homicídio. Outros 10 policiais militares foram acusados de tortura e lesão corporal.
No depoimento, Rai disse que alguns seguranças do estádio viram tudo, e nada fizeram. "Eu espero que a justiça seja feita, que os culpados sejam punidos", pede o servidor.
O SBT Brasil não conseguiu contato com a defesa do soldado Leandro Duarte Lemes, indiciado por tentativa de homicídio.
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