ONG austríaca denuncia Bolsonaro por crimes contra a humanidade
Acusação aponta a degradação da floresta amazônica, que contribui para o fomento da crise climática global
SBT News
A organização austríaca AllRise convocou, na tarde de 3ª feira (12.out), o Tribunal Penal Internacional para iniciar uma investigação sobre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A denúncia acusa o chefe de Estado de crimes contra a humanidade por políticas de incentivo ao desmatamento, grilagem de terras e mineração ilegal na Amazônia.
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Segundo a AllRise, Bolsonaro está "conduzindo um ataque sistemático e generalizado à Amazônia, suas dependências e seus defensores, e que resultam não só na perseguição, assassinato e sofrimento desumano de milhões de pessoas na região, mas também no mundo inteiro". O processo alega que as ações do atual governo contribuem para o fomento da crise climática global, podendo causar mais de 180 mil mortes por excesso de calor em todo o mundo nos próximos 80 anos.
A ação da entidade se apoia em um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Oxford, que mostrou que as queimadas e a exploração da floresta amazônica contribuem para aumentar as emissões anuais de gases de efeito estufa. Segundo o levantamento, o desmatamento contínuo da região também tem consequências desastrosas para várias comunidades indígenas que habitam o local.
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O fundador da organização, Johannes Wesemann, ressaltou ainda que "crimes contra a natureza são crimes contra a humanidade. Jair Bolsonaro está alimentando a destruição em massa da Amazônia com os olhos bem abertos e com pleno conhecimento das consequências". Wesemann espera que o pedido estabeleça "um precedente, para que casos semelhantes envolvendo degradação ambiental com implicações globais possam ser processados legalmente".
Agora, o tribunal irá analisar a ocorrência para determinar se ela se enquadra em suas competências. Esta é a terceira denúncia contra o presidente brasileiro na corte internacional, mas será o primeiro caso averiguado detalhadamente.
O governo brasileiro ainda não se pronunciou sobre a acusação.