Aliados de André Mendonça temem mudança de humor de bolsonaristas
Demora na sabatina do indicado ao STF leva defensores do ex-AGU a duvidar da confirmação na CCJ
Leonardo Cavalcanti
A demora na sabatina de André Mendonça para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) tem levado aliados do pastor presbiteriano a temer a mudança de humor de bolsonaristas. A principal dificuldade é que os movimentos do ex-advogado geral da União e ex-ministro da Justiça para buscar votos na oposição ao governo possam ser interpretados como uma eventual declaração de neutralidade nas pautas na Corte.
Quanto maior o adiamento na reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, maior o desgaste de Mendonça, avaliam aliados do ex-ministro. "O Senado precisa também perceber que há uma disposição do governo federal em bancar indicado, caso contrário ele fica abandonado na busca por votos", disse um ex-ministro do Supremo, que já passou pela maratona em busca de apoio no Congresso.
A vaga no Supremo está aberta desde a aposentadoria de Marco Aurélio Mello, no último dia 12 de julho. A oficialização do nome de Mendonça foi feita no dia seguinte pelo presidente Jair Bolsonaro. O presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Davi Alcolumbre (DEM-AP), entretanto, ainda não marcou a data para a sabatina, mesmo com os apelos de Mendonça.