Justiça
Gilmar Mendes diz que André Mendonça "parece ter vindo de Marte"
Ministro criticou o AGU por defender a realização de cultos presenciais em meio à pandemia
Paulo Guilherme
• Atualizado em
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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez duras críticas ao advogado-geral da União, André Mendonça, por conta de sua defesa à presença de público em celebrações religiosas. Durante julgamento sobre o tema na Corte, nesta 4º feira (7.abr), Mendonça citou a bíblia e mencionou a lotação do transporte público e de aviões durante a crise sanitária.
"Eu poderia ter entendido que sua excelência teria vindo para este Tribunal após uma viagem a Marte e está deslocado de qualquer responsabilidade institucional com assuntos no Brasil", afirmou Gilmar, referindo-se à fala de Mendonça.
Mendes ainda disse que parece haver "um certo delírio nesse contexto geral". "É preciso que cada um de nós assuma as suas responsablidades, é preciso deixar muito claro", disparou. "Não tentemos enganar ninguém, até porque os bobos ficaram na corte", acrescentou.
Veja também: Entenda a discussão sobre a liberação de cultos presenciais
O ministro é o relator de uma ação impetrada pelo Partido Social Democrático (PSD) pela derrubada de um decreto do governo de São Paulo que impede cultos religosos presenciais no estado. Na 2ª feira (5.abr), o procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu que o caso fosse transferido para relatoria do ministro Nunes Marques, o mesmo que, no sábado (3.abr), concedeu decisão favorável à realização de cultos com público em outra ação.
Sobre o pedido do PGR, Mendes afirmou que "eticamente não é possível [um PGR] ficar escolhendo relator [em ações]" e que o requerimento flerta "com uma deslealdade processual".
"Eu poderia ter entendido que sua excelência teria vindo para este Tribunal após uma viagem a Marte e está deslocado de qualquer responsabilidade institucional com assuntos no Brasil", afirmou Gilmar, referindo-se à fala de Mendonça.
Mendes ainda disse que parece haver "um certo delírio nesse contexto geral". "É preciso que cada um de nós assuma as suas responsablidades, é preciso deixar muito claro", disparou. "Não tentemos enganar ninguém, até porque os bobos ficaram na corte", acrescentou.
Veja também: Entenda a discussão sobre a liberação de cultos presenciais
O ministro é o relator de uma ação impetrada pelo Partido Social Democrático (PSD) pela derrubada de um decreto do governo de São Paulo que impede cultos religosos presenciais no estado. Na 2ª feira (5.abr), o procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu que o caso fosse transferido para relatoria do ministro Nunes Marques, o mesmo que, no sábado (3.abr), concedeu decisão favorável à realização de cultos com público em outra ação.
Sobre o pedido do PGR, Mendes afirmou que "eticamente não é possível [um PGR] ficar escolhendo relator [em ações]" e que o requerimento flerta "com uma deslealdade processual".
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