Ex-integrantes da Intervenção Federal no RJ são alvos da PF; Braga Netto tem sigilo quebrado
Militares são investigados por suposta fraude na aquisição de 9 mil coletes balísticos
A Polícia Federal cumpre, nesta 3ª feira (12.set), 16 mandados de busca e apreensão no âmbito da Operação Perfídia contra militares que integraram o Gabinete da Intervenção Federal (GIF) no Rio de Janeiro, em 2018, e empresários por suposta fraude na aquisição de 9.360 coletes balísticos. O general Walter Souza Braga Netto, ex-ministro de Jair Bolsonaro e candidato a vice na chapa do ex-presidente nas eleições de 2022, também é investigado e teve o sigilo telefônico quebrado.
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As ações acontecem nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal. O objetivo, segundo os agentes, é recolher evidências para avançar nas investigações, que apontam para crimes de patrocínio de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção ativa e passiva e organização criminosa.
As investigações começaram com a cooperação internacional da Agência de Investigações de Segurança Interna, que estava apurando o assassinato do presidente haitiano Jovenel Moïse. No processo, a entidade descobriu que uma empresa norte-americana e o governo brasileiro teriam assinado um contrato, por meio do GIF, com sobrepreço em coletes balísticos.
"Foi celebrado contrato com o Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro, após a dispensa de licitação, em dezembro de 2018, no valor de US$ 9.451.605,60 (valor global de R$ 40.169.320,80 do câmbio à época), tendo recebido integramente o pagamento do contrato no dia 23/01/2019. Após a suspensão do contrato pelo Tribunal de Contas da União, o valor foi estornado no dia 24/09/2019", informou a PF.
Isso significa que, dos R$ 40 milhões, cerca de R$ 4,6 milhões teriam sido previstos como sobrepreço. Nenhum colete foi entregue.
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Além da contratação indevida, a operação de hoje da Polícia Federal investiga o conluio de duas empresas brasileiras que atuam no comércio proteção balística, apontadas como um cartel desse mercado no Brasil. Segundo os agentes, tais companhias possuem milhões em contratos públicos.