Justiça da UE diz conter provas de crimes de guerra na Ucrânia
Investigação conta com apoio de cinco países-membros e do Tribunal Penal Internacional
Membros da União Europeia (UE) que participam da investigação sobre crimes de guerra na Ucrânia afirmaram, nesta 6ª feira (10.jun), ter uma "grande quantidade de provas" mediante testemunhos de refugiados. A informação foi enviada pela Cooperação Judiciária Penal (Eurojust) à agência de notícias Lusa, por meio de carta.
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"Os Estados-membros da UE que participam atualmente na Investigação Conjunta [Lituânia, Polónia, Estónia, Letónia e Eslováquia] estão todos na posse de grandes quantidades de provas sob a forma de testemunhos e depoimentos de vítimas, provenientes de refugiados ucranianos", informou a entidade. A investigação tem o apoio do Tribunal Penal Internacional.
Segundo a UE, as provas serão utilizadas nos processos judiciais, que poderão ser interpostos mais tarde contra acusados de crimes de guerra ou contra a humanidade. Os casos, que incluem tortura, sequestros, prisão e morte de civis, poderão ser julgados na Ucrânia, nos Estados-membros do bloco ou perante o Tribunal Internacional.
A investigação teve início após denúncias feitas pelo governo ucraniano sobre as ações do exército russo no país durante a ofensiva militar. Acusados de bombardear áreas residenciais e assassinar centenas de civis durante a ocupação de cidades, como Bucha, comandantes e soldados do Kremlin estão entre os alvos dos promotores e investigadores.
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Até o momento, a Organização das Nações Unidas (ONU) confirma a morte de 4.253 civis, sendo 272 crianças. A entidade alerta, no entanto, que o número pode ser muito maior, uma vez que não há como monitorar as áreas onde os combates estão mais intensos. O cenário envolve, principalmente, as cidades de Mariupol, Izium e Popasna.