CoronaVac: dose de reforço em crianças aumenta proteção em até 30 vezes
Taxa de soroconversão contra a cepa original da covid-19 chegou a 100% e a 91,5% contra a ômicron
SBT News
A dose de reforço da CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a Sinovac, pode aumentar em até 30 vezes a produção de anticorpos contra a covid-19 em crianças a partir dos três anos de idade. Os dados são de um estudo clínico de fase dois realizado na China, publicado na revista científica britânica The Lancet.
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No total, foram avaliadas 346 crianças e adolescentes com idades entre 3 e 17 anos, separados em dois grupos. No grupo 1 (171 voluntários), a terceira dose da CoronaVac foi administrada após 10 meses da segunda dose, enquanto no grupo 2 (175 participantes), o reforço foi aplicado depois de 12 meses.
Após 28 dias, os cientistas começaram a analisar os resultados do reforço vacinal. No grupo 1, por exemplo, o nível de anticorpos neutralizantes contra o SARS-CoV-2 original subiu de 20,8 para 681, um aumento de 30 vezes, e 100% das crianças produziram anticorpos. Já contra a variante ômicron, a porcentagem de produção de anticorpos chegou a 90,6%.
No grupo 2, os anticorpos neutralizantes aumentaram 29 vezes, de 21,7 para 745,2, e a taxa de soroconversão contra a cepa original chegou a 100%. Com relação à variante ômicron, a produção de anticorpos ocorreu em 91,5% dos participantes.
Ambos os grupos tiveram reações adversas leves e moderadas após a dose adicional da vacina, sendo que 4,1% dos 346 participantes relataram dor no local da injeção e apenas 1,5% apresentaram febre.
"A terceira dose da CoronaVac em crianças e adolescentes administrada 10 ou 12 meses após a segunda dose induziu uma resposta robusta ao coronavírus, aumentando notavelmente os títulos de anticorpos neutralizantes, inclusive contra a variante ômicron. O reforço com CoronaVac é seguro e tem grande potencial neutralizante contra a ômicron em crianças e adolescentes", garantem os pesquisadores.
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O uso da CoronaVac em crianças de três a cinco anos está em avaliação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Até o momento, apenas pequenos a partir dos seis anos de idade podem receber a dose do imunizante.